Setor público tem segundo maior déficit da história: R$ 66 bilhões

Estatística foi puxada pelo rombo nas contas do governo federal

O resultado fiscal do setor público consolidado, composto de União, Estados, municípios e estatais, apresentou déficit primário de R$ 66,6 bilhões em julho, conforme relatório do Banco Central divulgado nesta sexta-feira, 29.

Esse valor corresponde ao segundo maior déficit já registrado desde o início da série histórica, em 2001, e representa aumento de 212,7% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 21,3 bilhões. O maior déficit foi registrado em 2020, durante a pandemia de covid-19 e as ordens de lockdown.

No detalhamento, o governo central, que inclui o governo federal e o Banco Central, acumulou déficit de R$ 56,4 bilhões em julho. Estados e municípios contribuíram com saldo negativo de R$ 8,1 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit de R$ 2,1 bilhões no mesmo mês, segundo informações do Banco Central.

Proporção do PIB

Na soma dos últimos 12 meses até julho, o déficit primário do setor público alcançou R$ 27,3 bilhões, correspondendo a 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho, esse acumulado era de R$ 17,9 bilhões, equivalente a 0,15% do PIB. O indicador reflete a diferença entre receitas e despesas, sem considerar os juros da dívida pública.

No que se refere aos juros da dívida, o setor público consolidado teve despesas de R$ 109 bilhões em julho, ante os R$ 80,1 bilhões do mesmo mês em 2024. O aumento de R$ 28,9 bilhões decorre do crescimento do estoque da dívida e da elevação da taxa Selic, hoje em 15%.

As despesas com juros nos últimos 12 meses atingiram R$ 941,2 bilhões, equivalente a 7,64% do PIB, ante R$ 869,8 bilhões no período de 12 meses encerrado em julho de 2024. Já o resultado nominal, que inclui o pagamento de juros, mostrou déficit de R$ 175,6 bilhões em julho e, no acumulado de 12 meses, saldo negativo de R$ 968,5 bilhões, ou 7,86% do PIB.

Dívida pública atinge 77,6% do PIB

A dívida bruta do governo geral alcançou 77,6% do PIB em julho, crescimento de 0,9 ponto porcentual em relação a junho. Esse avanço foi pressionado principalmente pelos gastos com juros, emissões líquidas de dívida e desvalorização cambial, enquanto a variação do PIB nominal ajudou a conter parte do aumento.

No acumulado do ano, a dívida bruta cresceu 1,1 ponto porcentual, influenciada majoritariamente pelos juros (+5,1 pontos), pela redução do PIB nominal (-3,6 pontos) e pela valorização cambial (-0,4 ponto). O valor nominal da dívida bruta do Brasil atingiu R$ 9,6 trilhões em julho, informou o Banco Central.

Crédito Revista Oeste

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *