Torres diz que responsabilidade do 8/1 era da PMDF

Ex-secretário do DF afirmou que PM não cumpriu com o protocolo de segurança acerca do 8 de Janeiro

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres afirmou, em interrogatório nesta terça-feira (10/6), que ficou “desesperado” com os atos de 8 de Janeiro e que houve uma falha grave na execução do planejamento de segurança para aquele fim de semana.

Torres destacou que a responsabilidade principal pela segurança da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, no dia dos alegados ataques, era da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

“Houve uma falha muito grave no cumprimento do protocolo. Esse PAI [Protocolo de Ações Integradas] é considerado gravoso, impacta muito na vida do brasiliense. Quando li esse protocolo, pensei: ‘Está de bom tamanho para as ações que a gente tem’. Houve falha grave no cumprimento do protocolo”.

O ex-secretário acrescentou que, ao tomar conhecimento dos atos — enquanto estava nos Estados Unidos —, ligou para diversas autoridades pedindo uma atuação mais eficaz, inclusive para o então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto, que estava na Esplanada. “Fiquei desesperado. Liguei para todo mundo. O protocolo teve uma falha grave no cumprimento”, reforçou.

Questionado pelo ministro Luiz Fux sobre quem deveria assinar o protocolo, Torres explicou que o documento contou com a adesão de diversos órgãos. “Várias pessoas assinaram. Até o Supremo assinou o protocolo [para a colocação de gradis]. Cada um tinha suas ações. O coração do protocolo era a PMDF — eles fazem isso há 65 anos. Essa é a expertise deles, e a grande maioria das ações cabia à PMDF”, concluiu o ex-ministro.

Integrantes da cúpula da PMDF são réus em uma ação penal que tramita na Corte. O processo deve ser julgado em plenário virtual.

Sem fraude

Após o depoimento do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes começou a interrogar o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, nesta terça-feira (10/6).

Ele é ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.

Ao ser questionado pelo ministro sobre um suposto pedido de Bolsonaro para que ele colaborasse com a alegada tese de fraudes nas urnas, Torres afirmou que não há nada “que aponte fraude”.

“Nunca chegou essa notícia até mim. Eu passava isso quando era questionado pelo presidente ou por qualquer outra autoridade, sempre passei isso, de que nós não tínhamos, tecnicamente, nada para dizer sobre as urnas eletrônicas”, declarou Torres.

Crédito Metrópoles

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