TPI sai da Venezuela por falta de cooperação do regime de Maduro

O tribunal afirma que a investigação de crimes de lesa-humanidade no país vai continuar mesmo assim

O Tribunal Penal Internacional (TPI) decidiu fechar seu escritório em Caracas, capital da Venezuela, diante da ausência de “progresso real” na cooperação com o regime ditatorial comandado por Nicolás Maduro. O procurador-adjunto Mame Mandiaye Niang anunciou o fechamento durante assembleia em Haia, na Holanda, nesta segunda-feira, 1º.

“Determinamos que o progresso real na complementaridade continua sendo um desafio”, afirmou Niang, segundo o jornal espanhol El País. “Por conseguinte, e conscientes da necessidade de gerenciar eficazmente nossos limitados recursos, decidimos fechar nosso escritório em Caracas.”

A assembleia também contou com a manifestação do diplomata argentino Diego Emilio Sadofschi, que representa seu país no TPI. Sadofschi pediu providências rápidas em relação ao regime venezuelano. “A situação na Venezuela, que se deteriorou ainda mais depois das fraudulentas eleições de julho de 2024, exige uma atenção imediata”, afirmou, conforme publicado pelo jornal argentino La Nación.

A partir do pleito de 2024, marcado por denúncias de fraude e vitória de Maduro, a Venezuela passou a enfrentar maior pressão internacional. O relacionamento com a Argentina se agravou em meio às críticas do presidente Javier Milei, cujo governo denunciou o regime chavista ao TPI. Caracas expulsou os diplomatas argentinos do país.

Além disso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma postura mais rígida. Washington tem promovido ações militares no Mar do Caribe e determinado ataques a embarcações identificadas como pertencentes a narcotraficantes.

Investigação do TPI e histórico de violações na Venezuela

A instalação do escritório do TPI em Caracas, em junho de 2023, ocorreu sob oposição do governo Maduro. A investigação, pioneira contra um país latino-americano, já coletou relatos de mais de 8 mil vítimas de prisões arbitrárias, tortura, violência sexual, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados.

Crédito Revista Oeste

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