Ao todo, 9 cortes desembolsaram valor milionário em uma semana de jogos em resort de luxo; confira
Recursos públicos de nove tribunais de Contas financiaram, no fim de agosto, uma semana de competições esportivas em Foz do Iguaçu (PR), num montante que totalizou R$ 1,4 milhão em despesas. O valor cobriu gastos de inscrições, hospedagens em resorts de luxo, diárias, uniformes, fisioterapia e treinadores para quase 1,4 mil servidores e conselheiros. Alguns participantes foram dispensados do controle de ponto durante o evento.
O torneio, promovido pela Associação Nacional Olímpica dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (ANOSTC), reuniu 1/mais de 1,7 mil atletas, de 40 delegações do Brasil, Argentina e Uruguai, entre os dias 25 e 30 de agosto.
Entre as modalidades disputadas, estavam futebol, vôlei, basquete, sinuca, pesca, tênis de praia, pebolim, dama, bocha, dominó e truco. Parte das cortes ainda não divulgou todos os valores, o que pode fazer o montante ser superior ao já conhecido.
Justificativas e formas de custeio dos tribunais
Conselheiros e servidores receberam diárias em alguns casos, enquanto outros órgãos informaram que o custo saiu exclusivamente dos atletas. O regulamento do evento destaca a integração e o bem-estar social dos servidores, de modo a propor o desenvolvimento sustentável — tudo com verbas públicas.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) liderou tanto na conquista de medalhas quanto nos gastos, com investimento de R$ 442 mil na inscrição de 130 servidores, além de mais de R$ 183 mil em uniformes, fisioterapia e assessoria esportiva.
A presidente do TCE-AM, Yara Amazonia Lins Rodrigues, celebrou o título. “Vocês se superam, se doam, abdicam de tempo com a família, do descanso e do lazer para vestir essa camisa com orgulho”, disse. “Aqui, mais uma vez, mostramos que nossa força é do tamanho do nosso Amazonas.” No total, o órgão gastou mais de R$ 625 mil no evento.
Grande parte dos servidores dos tribunais foi liberada do registro de ponto e não precisará compensar as horas não trabalhadas. Isso ocorreu, por exemplo, no Tribunal de Contas da União (TCU), que levou 72 servidores para as competições.
O TCU informou que os próprios participantes pagaram todas as despesas do torneio. No entanto, em junho, o órgão desembolsou quase R$ 9,5 mil em diárias e passagens para duas servidoras organizarem detalhes do evento em Foz do Iguaçu (PR). O ministro Augusto Nardes também esteve presente, mas o tribunal não divulgou despesas relativas à sua viagem.