O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse nesta sexta-feira (31) que seu país responderá “com força” e de forma imediata se os Estados Unidos começarem a impor tarifas, como ameaçou o presidente americano, Donald Trump, e reconheceu que seu país pode ter que enfrentar “tempos difíceis”.
Antes de se reunir em Toronto com o recém-criado Conselho de Relações Canadá-EUA, Trudeau afirmou: “Estamos em um momento crítico porque, como o presidente Trump disse ontem, ele continua comprometido em impor tarifas ao Canadá já amanhã. Não sabemos precisamente o que serão”.
O premiê canadense acrescentou que, diante dessa ameaça, o Canadá está pronto “com uma resposta imediata, determinada, com força, mas razoável”.
“Não é isso que queremos. Mas, se ele fizer isso, nós também agiremos”, explicou, advertindo que seu país “pode enfrentar tempos difíceis nos próximos dias e semanas”.
Nesta quinta-feira (30), Trump reiterou na Casa Branca que os EUA aplicarão tarifas de 25% ao Canadá e ao México a partir de 1º de fevereiro devido ao déficit comercial, bem como ao tráfico de fentanil e à imigração irregular.
Embora Trump também tenha prometido fornecer detalhes das tarifas na noite desta quinta-feira, as autoridades americanas ainda não finalizaram os planos tarifários.
A economia canadense é altamente dependente dos EUA, uma vez que até 80% de suas exportações são destinadas ao vizinho e 97% do petróleo que exporta (o Canadá é um dos maiores produtores de petróleo bruto do mundo) vai para refinarias do país vizinho.
Mesmo tarifas de 10% custariam ao Canadá cerca de 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a cerca de US$ 30 bilhões.