Trudeau enfrenta crise política após renúncia de Chrystia Freeland e pressão por sua saída

Foto – Ludovic MARIN / AFP)

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, enfrenta crescente pressão para renunciar ao cargo após a renúncia de sua vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, em um movimento que abalou a política canadense nesta segunda-feira.

Freeland, amplamente considerada uma das aliadas mais leais de Trudeau, anunciou sua saída de forma abrupta, justificando que a decisão foi motivada por discordâncias sobre política fiscal. Trudeau teria pedido a Freeland que deixasse o Ministério das Finanças para assumir outro cargo no gabinete, mas ela afirmou que a renúncia completa era o único “caminho honesto e viável” para ela.

Na carta de renúncia, Freeland criticou a estratégia de gastos excessivos de Trudeau, classificando-a como uma coleção de “truques políticos caros” que o Canadá não pode sustentar, especialmente diante das ameaças tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Nosso tempo no governo chegará ao fim, inevitavelmente”

Freeland admitiu que o governo liberal pode ser varrido na próxima eleição, escrevendo:
“Nosso tempo no governo inevitavelmente chegará ao fim. Mas como lidamos com as ameaças que nosso país enfrenta nos definirá por uma geração, ou talvez mais.”

Sua saída enfraqueceu ainda mais a posição de Trudeau, que já vinha enfrentando moções de desconfiança e apelos por sua renúncia nos últimos meses. A renúncia causou surpresa no governo e aumentou a apreensão entre os aliados do Partido Liberal.

Chamados pela renúncia de Trudeau

Jagmeet Singh, líder do Novo Partido Democrático (NDP), que vinha apoiando Trudeau em moções de confiança, pediu abertamente a renúncia do primeiro-ministro:
“Estou pedindo que Justin Trudeau renuncie. Ele precisa ir. Os canadenses estão lutando com o custo de vida. Não conseguem encontrar uma casa acessível ou comprar mantimentos. Em vez de se concentrar nesses problemas, Justin Trudeau e os liberais estão focados em si mesmos. Por isso, ele deve sair,” declarou Singh.

Yves-Francois Blanchet, líder do Bloc Québécois, afirmou de forma contundente que “o governo de Trudeau acabou” e sugeriu que o primeiro-ministro dissolvesse o Parlamento e convocasse novas eleições até o início de 2025.

Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, também criticou duramente Trudeau, descrevendo seu governo como “caótico e divisivo”. Ele sugeriu que outra moção de confiança pode ser apresentada após o recesso parlamentar.

Críticas ao estilo de liderança de Trudeau

Poilievre, que já vinha criticando Trudeau antes mesmo da renúncia de Freeland, declarou na semana passada que o primeiro-ministro é “fraco, radical e desperdiçador”. Após a saída de Freeland, ele reforçou:
“Justin Trudeau perdeu o controle, mas ainda se agarra ao poder. O que estamos vendo é o governo do Canadá espiralando fora de controle diante de nossos olhos.”

Impacto político e perspectivas eleitorais

Pesquisas recentes indicam que o apoio ao Partido Liberal caiu para 21%, empatando com o NDP, enquanto os conservadores lideram. Especialistas sugerem que os eleitores progressistas podem estar migrando para o NDP, o que ameaça a viabilidade futura dos liberais.

Anthony Housefather, parlamentar liberal, afirmou:
“O primeiro-ministro ultrapassou seu prazo de validade. Precisamos de uma nova liderança e uma visão diferente para o Partido Liberal ser viável na próxima eleição.”

Próximos passos de Trudeau

Relatos indicam que Trudeau pode estar considerando sua renúncia e a dissolução do Parlamento. Ele deve abordar a questão em um discurso ao Parlamento nesta terça-feira. Enquanto isso, a crescente insatisfação dentro do Partido Liberal e entre os eleitores pressiona o primeiro-ministro a decidir seu futuro político.

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