O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, está reorganizando seu gabinete em meio à crescente pressão sobre sua liderança.
O premiê canadense anunciou a mudança de um terço dos nomes atuais que o acompanhavam até a surpreendente renúncia de sua vice, Chrystia Freeland, nesta semana, por “discordâncias” com o governante.
A reforma ocorre em um momento em que o governista Partido Liberal está 20 pontos atrás do Partido Conservador nas pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições.
O parlamento canadense está fechado para as férias até o final do mês que vem. Com o retorno das atividades, espera-se uma nova votação de “desconfiança” contra Trudeau, que pode ser agendada nos meses seguintes, diante do crescente descontentamento com sua gestão. Ele já sofreu três moções dos parlamentares.
Os liberais que apoiam o primeiro-ministro não detêm uma maioria absoluta no Parlamento, o que se tornou um problema cada vez maior para manter sua liderança, visto que Trudeau têm dependido por anos do apoio do esquerdista Novo Democrata (NDP, na sigla em inglês) para aprovar propostas e permanecer no poder.
No entanto, em setembro, o NDP retirou o apoio ao atual premiê com seu líder, Jagmeet Singh, defendendo a renúncia de Trudeau.
Essa mudança de gabinete também ocorre em meio à pressão das tarifas anunciadas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O republicano, que tomará posse em janeiro, anunciou a intenção de elevar as tarifas alfandegárias para produtos canadenses.
“Nossa equipe se concentrará no que mais importa para os canadenses: tornar a vida mais acessível, fazer a economia crescer e criar bons empregos para a classe média”, disse Trudeau em um comunicado no qual não mencionou as tensões atuais.