Trump sanciona a ex-presidente argentina Cristina Kirchner

Por Paulo Figueiredo

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira sanções contra a ex-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner, após sua condenação em um esquema de fraude de US$ 1 bilhão.

As sanções impostas são baseadas na Seção 7030(c) da Lei de Apropriações para Operações Estrangeiras, uma medida específica utilizada pelos EUA para penalizar oficiais estrangeiros acusados ou condenados por corrupção significativa. Estas sanções incluem:

  • Proibição de entrada nos Estados Unidos para a pessoa designada
  • Extensão da proibição aos familiares imediatos da pessoa sancionada (como cônjuge e filhos)
  • Impossibilidade de obtenção de visto americano
  • Diferentemente de outras sanções americanas (como as do OFAC), estas não envolvem bloqueio de bens ou ativos financeiros

Julio Miguel De Vido, que serviu como ministro do Planejamento tanto no governo de Kirchner quanto no de seu marido, também foi alvo das mesmas sanções por acusações de corrupção.

Quando ainda era senador, o atual Secretário de Estado Marco Rubio e outros republicanos haviam solicitado que sanções anticorrupção fossem impostas contra Kirchner, uma política de esquerda, após sua condenação em dezembro de 2022. Na época, a administração Biden não atendeu ao pedido.

Kirchner exercia o cargo de vice-presidente no momento de sua condenação, mas deixou o cargo em 2023. Anteriormente, ela foi primeira-dama de 2003 a 2007 e presidente de 2007 a 2015.

O atual presidente da Argentina, Javier Milei, é um adversário político de direita de Kirchner e aliado de Trump, que prometeu “Fazer a Argentina Grande Novamente”.

Sob a liderança de Trump, Rubio está tentando reorientar a América Latina em direção à direita americana, tendo realizado uma reunião amistosa com Milei em sua primeira viagem internacional como secretário de Estado. A aplicação destas sanções contra Kirchner é vista também como um gesto simbólico, mas com peso diplomático, demonstrando a nova abordagem da administração Trump em relação aos líderes políticos da região.

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