Em 3 de junho, as forças ucranianas anunciaram ter atingido com sucesso um sistema de mísseis S-300 russo dentro do território russo.
Essa ação ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conceder permissão à Ucrânia para realizar ataques limitados com armas dos EUA nos arredores de Kharkiv, uma cidade russa.
Vários países europeus também removeram restrições sobre o uso das armas fornecidas à Ucrânia, embora ainda não esteja claro se os EUA forneceram as armas usadas no ataque.
A ministra do governo ucraniano, Iryna Vereshchuk, compartilhou no Facebook uma foto que supostamente mostra o ataque e comentou: ‘Queima lindamente’. Ela ressaltou que se tratava de um sistema S-300 russo em território russo, nos primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais contra o inimigo.
Essa permissão dos EUA é inovadora, mas condicional. A Ucrânia só pode atingir alvos ao redor de Kharkiv e não pode usar mísseis de longo alcance ATACMS, que têm um alcance de 300 km. Em vez disso, os militares podem utilizar apenas mísseis de curto alcance GMLRS, com alcance de 70 km. Analistas militares elogiaram a decisão, mas moderaram as expectativas.
Franz-Stefan Gady, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirmou que os ataques além da fronteira permitirão à Ucrânia ‘atingir algumas áreas de preparação, centros de comando e controle russos, bem como depósitos de abastecimento’.
Mathieu Boulegue, da Chatham House, observou que essa mudança de política ‘não muda o jogo por si só’, mas é um complemento importante para a defesa da Ucrânia.
Embora essa permissão marque um novo capítulo na guerra, a Rússia já sofreu ataques ucranianos com armas ocidentais em territórios que reivindica. A Ucrânia frequentemente visou a Crimeia ocupada, utilizando mísseis Storm Shadow fornecidos pelo Reino Unido. Além disso, lançou ataques a Kharkiv e Kherson no final de 2022 para libertar regiões ocupadas pela Rússia nas primeiras semanas da guerra.
Naquela época, o presidente Vladimir Putin e outras autoridades russas usaram ameaças nucleares para dissuadir o apoio ocidental. Antes de Biden dar luz verde a Kiev, Putin alertou que a decisão poderia ter ‘sérias consequências’, especialmente para ‘países pequenos e densamente povoados’.
Os EUA, juntamente com Reino Unido, França e Alemanha, removeram a restrição específica sobre como a Ucrânia pode usar as armas fornecidas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou a decisão de Biden como um ‘passo em frente’ que ajudará suas forças a defender a região de Kharkiv.