Foto: Ricardo Stuckert/PR
Os dirigentes do União Brasil, partido com a terceira maior bancada na Câmara, reiteraram durante o final de semana a necessidade de desvinculação do governo Lula, após o constrangimento causado pelo ex-presidente a um prefeito do partido na Bahia.
Na sexta-feira passada, Lula criticou publicamente a ausência desse prefeito na inauguração do Hospital Estadual Costa das Baleias e na visita ao campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), classificando-a como “falta de respeito”.
A declaração de Lula foi mal recebida pelos membros do partido, que interpretaram o gesto como uma exigência de lealdade de todos os integrantes da legenda. Atualmente, o União Brasil detém três ministérios no governo Lula: Turismo, ocupado por Celso Sabino; Comunicações, por Juscelino Filho; e Integração Regional, por Waldez Góes, indicado pelo ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP).
Em relação às eleições municipais de 2024, o partido se posicionará como oposição ao governo Lula em nove das dez principais capitais do Brasil, incluindo São Paulo, onde terá candidatura própria representada pelo deputado federal Kim Kataguiri.
Para 2026, o partido planeja lançar a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em uma estratégia que alguns membros consideram crucial para a próxima disputa presidencial.
A possibilidade de manter o apoio ao governo Lula tem gerado preocupações entre alguns integrantes do partido, que acreditam que isso poderia afetar a viabilidade da pré-candidatura de Caiado. Na segunda-feira, o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, fez críticas públicas ao governo Lula em uma entrevista ao jornal Correio da Bahia, sinalizando, segundo dirigentes do partido, um claro indício para outros membros sobre uma eventual ruptura futura.