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O presidente do Comitê Judiciário, Jim Jordan, está exigindo respostas do FBI sobre relatórios que indicam que o bureau entrou em contato com americanos em nome do governo brasileiro.
Jordan enviou uma carta ao diretor do FBI, Christopher Wray, na terça-feira, buscando respostas sobre relatos do Brasil que sugerem que o FBI pode ter desempenhado um papel na repressão do governo brasileiro a críticos e jornalistas. O presidente deu ao FBI um prazo até as 17h do dia 4 de junho.
“No Brasil, meios de comunicação relataram recentemente que o FBI, em nome do governo brasileiro, entrou em contato com dois residentes dos EUA, incluindo um jornalista alvo de algumas das ordens de censura dos tribunais brasileiros,” diz a carta de Jordan, obtida pelo The Daily Wire. O republicano de Ohio apontou então o histórico recente do bureau de trabalhar com a comunidade de inteligência ucraniana para sinalizar as contas de mídia social de cidadãos dos EUA.
“O recente alcance do FBI levanta preocupações sobre se o FBI está novamente ajudando a facilitar os esforços de censura de um governo estrangeiro. A liberdade de expressão, incluindo a liberdade de expressão em plataformas digitais, é uma parte fundamental e necessária de sociedades democráticas e justas,” continuou Jordan.
O Supremo Tribunal Federal do Brasil lançou uma investigação sobre discursos alegadamente odiosos ou subversivos à lei e à ordem, visando os críticos do governo nas redes sociais e outros, incluindo o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
“[P]ara entender a natureza e a extensão das interações do FBI com o governo brasileiro em relação aos seus esforços de censura e para auxiliar o Comitê em sua supervisão,” escreveu Jordan, o Comitê Judiciário está solicitando que o FBI entregue vários documentos e comunicações relacionadas aos negócios relatados do bureau com o governo brasileiro.
O rico empresário de tecnologia Elon Musk foi envolvido na investigação do tribunal depois de dizer que sua plataforma, X, estava sendo ameaçada com multas e seus funcionários ameaçados com prisão, a menos que cumprissem as ordens do tribunal para remover algumas contas. Musk, um autoproclamado defensor da liberdade de expressão, chamou as ordens judiciais de ilegais e ameaçou divulgar todas as comunicações da X com o tribunal para que o público brasileiro veja.
No mês passado, Musk prometeu desafiar as ordens do tribunal assim que os funcionários da X estivessem em um “lugar seguro.” O ministro do Supremo Tribunal Federal por trás da onda de censura, Alexandre de Moraes, então incluiu Musk na investigação.
“A conduta flagrante de obstrução da Justiça brasileira, incitação ao crime, ameaça pública de desobediência às ordens judiciais e a futura falta de cooperação da plataforma são fatos que desrespeitam a soberania do Brasil e reforçam a conexão da instrumentalização criminosa intencional das atividades do antigo Twitter,” escreveu de Moraes em uma ordem judicial.
O FBI não respondeu ao pedido de comentário do The Daily Wire.
Uma resposta
Essa questão é bastante séria. Eu admiro o empenho do jornalista Paulo Figueiredo e temo pela sua segurança. Não há amadores nessa história.