Um grupo chamado Stand for Palestine Australia anunciou que realizaria um comício intitulado “Glória aos Mártires” em 7 de outubro — aniversário do ataque terrorista do Hamas que deu início à guerra em Gaza — no subúrbio de Bankstown, em Sydney Ocidental.
O primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul (NSW), Chris Minns, disse estar horrorizado com o “terrível momento” escolhido para o evento.
“Sincronização terrível, de uma insensibilidade chocante”, afirmou em entrevista de rádio. “Entendemos a preocupação com civis palestinos inocentes em Gaza, mas fazer isso justamente no dia 7 parece uma glorificação das ações dos terroristas do Hamas, e não da situação das pessoas que vivem em Gaza.”
A vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Sharren Haskel, criticou duramente a tolerância do governo australiano diante da propaganda pró-Hamas no segundo aniversário do que chamou de “o pior massacre de judeus desde o Holocausto”.
“A propaganda terrorista que manchou um outdoor em Melbourne é abominável. Os responsáveis devem ser punidos com todo o peso da lei”, declarou Albanese. “A Polícia Federal Australiana trabalhará com a Polícia de Victoria para levá-los à justiça.”
O ex-ministro do Tesouro Josh Frydenberg, uma das principais vozes da comunidade judaica australiana, acusou os governos de Albanese e da premiê de Victoria, Jacinta Allan, de tolerar o antissemitismo e de demonstrar insensibilidade em relação aos judeus no aniversário dos ataques de 7 de outubro.
“Temos australianos apoiando abertamente o terrorismo nas ruas de Melbourne. Esses extremistas agem porque sabem que sairão impunes. Primeiro-ministro, primeira-ministra — façam alguma coisa agora”, disse Frydenberg.
“O que quer que vocês tenham feito até agora não é suficiente e claramente não está funcionando. Parem a violência. Parem o ódio. Salvem nosso estado e nosso país dessa descida às trevas. Nós, vitorianos e australianos, merecemos melhor.”
O limite para os atos pró-Hamas na Austrália parece ter sido traçado na icônica Casa de Ópera de Sydney, que se tornou palco de manifestações poucos dias após o massacre de 7 de outubro. À época, a comunidade judaica expressou profunda indignação diante da recomendação da polícia para que os judeus “ficassem em casa”, a fim de evitar confrontos com os manifestantes — uma orientação que evocou memórias sombrias dos períodos nazistas.
A Polícia de Nova Gales do Sul (NSW) tenta impedir o grupo Palestine Action Group (PAG) de realizar um novo protesto no local, previsto para este domingo, em apoio ao grupo terrorista Hamas. O primeiro-ministro Chris Minns manifestou apoio à decisão das autoridades policiais.
“Eles agiram por motivos de segurança. A polícia tem uma tarefa difícil: manter uma cidade como Sydney segura para todos”, disse.
“O número de pessoas que pode comparecer é imprevisível — podem ser milhares — e o local é uma península estreita. Se algo sair errado, todos vão culpar a polícia. Apoio totalmente a decisão.”
O Conselho Judaico de Deputados de NSW alertou que a comunidade judaica pode reviver o mesmo “medo e inquietação” do comício de 9 de outubro de 2023.
Já o organizador do PAG, Damian Ridgwell, rejeitou as críticas e afirmou que o grupo recorrerá à Justiça para garantir o direito de realizar uma manifestação “pacífica e segura” na Casa de Ópera.
“Israel está cometendo um genocídio, e isso torna urgente garantir o direito da comunidade de protestar contra esse genocídio”, disse.
Os advogados do grupo informaram que pedirão não apenas autorização para o protesto, mas também que a corte de apelações, reunida nesta quarta-feira, declare formalmente Israel culpado de genocídio.