Foto: Reprodução/Poder 360.
Das 44 estatais que a União controla diretamente, 17 necessitam de aportes do Tesouro Nacional para se manterem operacionais.
A previsão do governo é que, em 2024, R$ 27 bilhões dos cofres públicos sejam direcionados para essas empresas dependentes.
Segundo o Painel das Empresas Estatais, uma iniciativa do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, duas empresas absorvem quase metade (46%) de todo o recurso do Tesouro destinado às estatais dependentes. A Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), responsável pela administração dos hospitais federais, e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) receberão juntas R$ 12,5 bilhões.
Em relação ao orçamento total, sete empresas têm uma dependência orçamentária superior a 90%:
- Amazul – 100%;
- CPRM (Serviço Geológico do Brasil) – 99%;
- Ebserh – 99%;
- Embrapa – 97%;
- Ceitec – 94%;
- EPE – 93%;
- CBTU – 91%.
Com base em informações do Poder360, dos balanços das empresas dependentes, das 17 que necessitam de aporte do governo, 10 divulgaram seus resultados consolidados de 2023. Apenas a Imbel (Indústria de Material Bélico) registrou lucro. As demais nove estatais encerraram o ano com prejuízo, sendo o mais significativo o da Codevasf, que apresentou um déficit de R$ 1,2 bilhão.
O quadro de pessoal das estatais federais, que vinha em queda há oito anos, voltou a crescer em 2023. O número de funcionários ao final do governo de Jair Bolsonaro (PL) em 2022 era de 517,1 mil. Em fevereiro de 2024, esse número subiu para 524,0 mil.
Mesmo nas estatais dependentes, o número de funcionários aumentou. Passou de 83.100 no final de 2022 para 86.200 em fevereiro de 2024. A Ebserh tem o maior quadro de funcionários, com 44.231 contratados. O Hospital N. Sra. da Conceição (9.4161) e a Embrapa (7.409) completam o top 3.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido publicamente o fortalecimento das estatais durante seu governo. Muitas empresas que estavam no programa de privatizações do governo Bolsonaro foram retiradas da lista com o retorno do Partido dos Trabalhadores ao poder.
No entanto, parte do governo, especialmente o ministro Fernando Haddad (Fazenda), defende o equilíbrio das contas públicas. O movimento de aumentar os gastos com as estatais dependentes e contratar mais pessoal vai contra essa proposta.