Por Marcos Degaut
A política externa brasileira, sob a batuta do governo Lula, parece ter se enveredado por um caminho peculiar, onde a “excelência” cede lugar ao “excêntrico”, e a diplomacia, que já foi motivo de orgulho nacional, parece ter tirado férias coletivas em um destino incerto. Observa-se, com um misto de perplexidade e divertimento ácido, a encenação de um teatro de absurdos cujo enredo principal girou em torno do infeliz ministro Alexandre Padilha e sua saga americana.
A cena inaugural dessa tragicomédia, digna de um vaudeville político, mostra o ministro Padilha tendo sua capacidade de circulação, por ocasião de participação de assembleia na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque, singularmente reduzida em território americano. O que deveria ser uma mera formalidade diplomática transformou-se em constrangimento público e vexame internacional, pois coloca o Brasil em uma “seleta” lista de países cujos representantes políticos são considerados indesejáveis pelo governo dos Estados Unidos, ao lado de Rússia, Irã, Venezuela, Síria, Cuba, China e Coreia do Norte. Ombrear em tal lista com companhia tão refinada é de encher qualquer um do mais “altivo e ativo” orgulho.