Jornal norte-americano afirma que o presidente da França, Emmanuel Macron, aceita a mentira de Mahmoud Abbas para fingir que faz algo pela paz
Em editorial publicado, o Wall Street Journal (WSJ) expôs a farsa do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, para convencer a França e outros países a reconhecerem o Estado palestino. Esse reconhecimento deve ser anunciado neste mês, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Para conseguir esse apoio, Abbas condenou finalmente — quase dois anos depois — os atos terroristas do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023. Os terroristas mataram 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251.
“Recebi uma carta de esperança, coragem e clareza” de Abbas, “abrindo um horizonte para a paz”, escreveu Macron em junho, depois da declaração do líder palestino. A AP, que tem uma relação harmoniosa e pacífica com o Hamas, sempre apoiou os terroristas e até então mantinha o silêncio.
As duas caras de Abbas
Porém, diferentemente da declaração que fez para o Ocidente — condenando o Hamas —, internamente, Abbas segue apoiando os terroristas.
Segundo o WSJ, a imprensa da Autoridade Palestina não publicou essas declarações de Abbas, mas, em vez disso, em 1º de julho, o jornal oficial da AP publicou uma entrevista na qual Abbas listou os triunfos do Hamas com o 7 de outubro. “Este ataque abalou os alicerces da entidade israelense” e revelou sua fragilidade, disse ele. Mas, “por mais importantes que tenham sido os objetivos que o Hamas tentou alcançar com este ataque, eles não são comparáveis aos danos” sofridos por Gaza.
Escolas da Palestina glorificam o 7 de outubro, mostra WSJ
Para comprovar a farsa de Abbas, o WSJ cita um estudo da Palestinian Media Watch, que será divulgado em breve, no qual está demonstrado que Abbas mantém dois discursos. A ONG, sediada em Jerusalém, afirma que escolas administradas pela AP na Cisjordânia promovem propaganda favorável ao ataque do Hamas entre os estudantes. Esse conteúdo, inclusive, é divulgado em redes sociais como o Facebook.
O relatório menciona vídeos de assembleias escolares nas quais crianças exaltam o 7 de outubro. Um estudante da Escola Primária Mista Askelan declarou: “Allahu Akbar! [Alá é grande!]”. Em outro trecho, afirma: “Ansiamos pelo martírio, e nosso inimigo teme o confronto. Eles são todos ratos”.
Outra aluna, da Escola Primária Palestina para Meninas, recitou: “Bom dia, ó povo da Resistência [Hamas], enquanto vocês tocam o hino da vitória com balas e rifles. Bom dia, ó vocês que montam guarda como leões em túneis e trincheiras. Bom dia, ó homens de heroísmo, ó homens de poder.”
Também foi relatado que a Escola Primária Feminina Taffuh publicou uma foto de uma estudante com a expressão “Al Aqsa Flood” escrita no rosto, referência usada pelo Hamas para nomear o ataque de 7 de outubro.
No primeiro aniversário do massacre, escolas da AP realizaram eventos comemorativos. Segundo a ONG, a prática de pagamentos a condenados por atos de terrorismo, conhecidos como “pagar para matar”, segue vigente, mesmo depois de Abbas assegurar ao Ocidente que tal política seria encerrada.
Por isso, afirma o WSJ, Macron parece ter preferido ignorar o fingimento de Abbas. “É como se o presidente francês dissesse a Abbas: ‘minta para mim’. Agora, Macron pode fingir para o mundo que está fazendo algo pela paz”.