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Ações da Petrobras continuam em queda por intervencionismo de Lula

No dia 15 de maio de 2024, as ações ordinárias da Petrobras sofreram uma queda de 6,64%, atingindo o valor de R$ 40,02. As ações preferenciais também recuaram, registrando uma queda de 5,73% e chegando a R$ 38,40.

Um levantamento realizado por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, revelou que a empresa perdeu R$ 34 bilhões em valor de mercado, passando de R$ 542,9 bilhões para R$ 509,0 bilhões.

O motivo dessa queda está relacionado ao intervencionismo do governo na estatal. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, foi demitido em 14 de maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Conselho de Administração da Petrobras confirmou essa decisão em uma reunião.

Durante o dia, as ações ordinárias da empresa chegaram a cair 9,55%, atingindo o valor mínimo de R$ 38,83. As ações preferenciais também recuaram, chegando a 8,20% no patamar mais baixo, com o valor de R$ 37,52.

As negociações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) foram interrompidas das 12h30 às 12h50 devido à notícia da demissão de Jean Paul Prates, pegando os investidores de surpresa. Além disso, os ativos da Petrobras também são negociados em Nova York, onde os agentes financeiros estrangeiros viram as ADRs (American Depositary Receipt) da empresa caírem 6,71%.

O ex-presidente Jean Paul Prates afirmou que foi demitido na “presença regozijada” dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. A diretora-executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, assumirá a presidência interina, enquanto Magda Chambriand, ex-diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), deverá assumir o cargo permanentemente.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou quem chamou a mudança de intervencionismo, afirmando que a troca de comando é uma prerrogativa do presidente, uma vez que o governo ainda é o maior acionista da empresa.

Marcelo Vieira, head da mesa de renda variável da Ville Capital, comparou a situação com um carro de Fórmula 1 em plena corrida: “Tirar o piloto e colocar outro sem parar o carro provavelmente não vai manter o trajeto naquele momento”. Ele destacou que ajustes serão necessários e que haverá turbulência inicial, mas um novo planejamento com uma nova postura será apresentado.

Vieira também observou que os principais vendedores de ações hoje são operadoras estrangeiras, que reagem rapidamente e reavaliam suas teses de investimento. Outros investidores mais fundamentalistas podem reagir de forma mais intensa caso haja mudanças significativas.

Apesar de a Petrobras ter passado por intervenções ao longo dos anos, o especialista avalia que a empresa vem se renovando nos últimos quatro anos, com melhorias em sua governança, contas e planejamento. No entanto, qualquer interferência ainda é vista como prejudicial, especialmente para uma empresa que busca maior eficiência.

HISTÓRICO É UM ALERTA

A recente transformação na Petrobras tem chamado a atenção dos agentes financeiros. A empresa, que já enfrentou uma dívida de quase meio trilhão de reais em 2015 devido a políticas passadas, passou por ajustes para se tornar mais atrativa para investidores estrangeiros e sustentável em seu modelo de negócio.

O analista Vieira destaca que Magda Chambriand pode ser uma “grata surpresa”, mas aconselha cautela e observação dos próximos acontecimentos. A incerteza reside na possibilidade de mudanças nas regras do jogo: se não ocorrerem, a Petrobras permanecerá como antes; caso contrário, o cenário se inverterá.

Gabriel Mollo, especialista em investimentos do Banco Daycoval, compara a situação com a “desidratação” que Jean Paul Prates enfrentou no governo. O presidente Lula expressou o desejo de que a Petrobras invista mais e pague menos dividendos. Magda, com discurso semelhante, ainda precisa provar sua sintonia com o governo.

O impacto mais significativo pode ocorrer na política de dividendos. A Petrobras, conhecida por seus pagamentos generosos, poderia reduzir os dividendos e direcionar esses recursos para expandir suas operações. No entanto, espera-se que a empresa mantenha sua saúde financeira, mesmo com maior atenção às questões sociais.

Em relação à mudança abrupta, Mollo enfatiza que a Petrobras não fará uma virada de 180 graus. O mercado, porém, percebeu a intervenção governamental como um movimento inesperado. Jean Paul Prates, anteriormente visto como equilibrado entre os interesses dos investidores e do governo, também enfrentou desafios semelhantes.

Magda, com sua experiência e formação na área, não é uma pessoa inexperiente. A expectativa é que ela contribua para o equilíbrio da empresa, mantendo sua trajetória técnica e saudável. : Fonte: Adaptado de texto jornalístico original.

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