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Lula e Toffoli selam ‘as pazes’ depois de 6 anos rompidos, diz jornal

O presidente Lula (PT) e o ministro Dias Toffoli se encontraram durante um almoço, em Brasília

Depois de seis anos sem contato próximo, Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF) reestabeleceram o diálogo em setembro. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada durante um almoço reservado que não constou na agenda oficial do presidente.

Na ocasião, Brasília registrava baixa movimentação. A reunião foi uma oportunidade para os dois encerrarem desavenças. De acordo com o jornal O Globo, uma fonte próxima a Lula, revelou que conversa durou cerca de duas horas. O foco esteve no futuro, sem revisitar episódios que causaram o distanciamento.

A aproximação teve início no começo de setembro. Lula expressou o desejo de se reunir com Toffoli. Durante um evento no Alvorada, depois o desfile de 7 de Setembro, o presidente enviou a mensagem por meio de interlocutores. Pouco tempo depois, oficializou o convite. O encontro resultou em um compromisso mútuo de manter contato. O presidente já sinalizou a possibilidade de novas reuniões.

Para Toffoli, o reencontro representou a chance de reafirmar a admiração que nutre por Lula. Pessoas próximas relataram esse sentimento. Para o presidente, o gesto serviu para reparar a relação com um aliado histórico, disse o jornal. Além disso, reforçou a interlocução com o STF. Essa estratégia já vinha sendo aplicada com outros ministros, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Ambos preferiram não comentar o assunto publicamente.

Toffoli chegou ao STF em 2009 por indicação de Lula. Ele já possuía uma trajetória vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Nos anos 1990, atuou como advogado da CUT e assessor jurídico do PT na Câmara. A confiança que Lula depositava nele o levou a ocupar cargos importantes no governo, como o de ministro da Advocacia-Geral da União (AGU). Posteriormente, ele integrou o Supremo.

O distanciamento entre Lula e Toffoli teve início em 2019

O distanciamento começou em 2019, em um episódio delicado. Enquanto Lula cumpria pena em Curitiba, Toffoli limitou sua participação no velório do irmão, Genival da Silva, o Vavá. A demora na deliberação impediu Lula de se despedir. Apesar de o ministro alegar preocupações com a segurança, a mágoa permaneceu.

Outro ponto de atrito envolveu a relação de Toffoli com Jair Bolsonaro. Durante o governo anterior, o ministro manteve diálogos frequentes com o ex-presidente. Essa proximidade causou desconforto em Lula. Em 2022, durante a transição de governo, o presidente ficou irritado ao receber uma sugestão de Toffoli para a AGU. Ele considerou inadequada a indicação, já que estavam rompidos.

Apesar das diferenças, Lula decidiu reconstruir a relação com o ministro. O pragmatismo político influenciou essa escolha. Movimentos recentes de Toffoli também ajudaram a diminuir as tensões. Entre as decisões tomadas, destacam-se a anulação das condenações de Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro. Além disso, ele invalidou provas usadas na operação Lava-Jato e classificou o processo como resultado de uma conspiração com fins políticos.

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