Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto de Planejamento Estratégico (IBESPE) entre os dias 5 e 6 de março de 2025 mostra um cenário preocupante para o governo do presidente Lula, que atingiu seu pior índice de aprovação desde o início do mandato.
De acordo com o levantamento, que entrevistou 1.038 pessoas em todo o Brasil, apenas 27,2% dos brasileiros aprovam a atual gestão federal (somando as avaliações “ótimo” e “bom”), enquanto a rejeição (soma de “ruim” e “péssimo”) alcançou 47%, o maior percentual desde setembro de 2023.
Queda constante na popularidade
O levantamento evidencia uma tendência de queda na aprovação do governo federal. Em setembro de 2023, o índice era de 37,7%, subindo para 39,9% em dezembro do mesmo ano. Entretanto, desde então, o número vem caindo gradativamente: 31,4% em março de 2024, 34,1% em junho, 33,2% em setembro, 30,9% em dezembro e, agora, 27,2% em março de 2025.
Já a reprovação segue o caminho inverso: após uma queda entre setembro e dezembro de 2023 (de 45,2% para 40,1%), voltou a subir consistentemente, chegando a 47% na pesquisa atual – o maior índice do atual mandato.
Forte rejeição em grupos específicos
O detalhamento do microtargeting da pesquisa, apresentado na página 8 do relatório, revela bolsões significativos de rejeição ao governo. Entre os eleitores evangélicos, a reprovação chega a 57,2% contra apenas 30,3% de aprovação.
O governo também enfrenta forte rejeição entre os mais jovens, com 57,3% de reprovação na faixa etária de 25 a 34 anos. O cenário é igualmente desafiador entre os que têm ensino superior, onde 51,5% desaprovam a atual gestão.
A pesquisa identificou ainda que 62,4% das pessoas na faixa etária de 35 a 44 anos rejeitam o governo atual, sendo este um dos grupos mais críticos à administração federal.
Disparidade regional
A avaliação do governo apresenta variações significativas entre as regiões do país. No Nordeste, tradicional reduto eleitoral do presidente, a aprovação ainda é a mais alta do país (48,2%), contrastando com o Sul, onde apenas 27,3% aprovam a gestão atual. Nas demais regiões, os índices são: Norte (37,4%), Sudeste (36,9%) e Centro-Oeste (30,6%).
A rejeição é mais elevada no Sul (58,6%), seguido pelo Norte (53,4%), Centro-Oeste (52,7%), Sudeste (42,1%) e Nordeste (36,3%).
Impacto nas chances de reeleição
O IBESPE desenvolveu um indicador específico para medir as chances de sucesso eleitoral com base na aprovação governamental. Segundo esse modelo, a taxa de sucesso para governantes com aprovação entre 25,1% e 50% (faixa atual do governo Lula) é de 37,5%.
A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%.
