Presidente disse que tentativa de assassinato contra ele, Alckmin e Moraes se deu pelos “mesmos agentes saudosos dos porões da ditadura”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a tentativa de golpe de 2022 ao atentado de bomba na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 1980. A fala se deu nesta 2ª feira (17.mar.2025) durante a posse do presidente e dos conselheiros federais da ordem.
Lula disse que o “fascismo ressurge” no cenário global enquanto, no Brasil, a “intolerância política” levou a uma “tentativa de assassinato” dele, do seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Alexandre de Moraes.
“Atualmente nos deparamos com um cenário global em que o fascismo ressurge sobre novas formas. No Brasil, a intolerância política levou ao extremo de uma tentativa de golpe contra a democracia. Um golpe que previa inclusive ao assassinato do presidente, vice-presidente e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Esses eventos me fazem lembrar com tristeza do caso de Lydia Monteiro, secretaria da OAB assassinada em um atentado a bomba em 1980. Por trás desses episódios estão os mesmos ideais autoritários, os mesmos métodos violentos e os mesmos agentes saudosos dos porões da ditadura”, declarou.
Em 27 de agosto de 1980, um homem deixou um envelope endereçado ao presidente da OAB, Eduardo Seabra Fagundes. Sua secretária, Lydia Monteiro, de 59 anos, abriu a correspondência e detonou o artefato. Ela morreu a caminho do hospital. O atentado foi atribuído a grupos contrários ao fim do regime militar.
O episódio se deu no momento em que a OAB pressionava as autoridades para a identificação de agentes do regime acusados de tortura contra Dalmo Dallari, jurista sequestrado e torturado no mês anterior e o Brasil caminhava a passos calculados em direção à redemocratização.
A declaração de Lula se deu um dia depois do ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prol da anistia aos presos pelos ataques do 8 de Janeiro. Na manifestação, Bolsonaro voltou a negar participação no que chamou de “historinha de golpe”. A PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas pelo inquérito. A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decide em 25 de março se torna réus os denunciados.