O ex-presidente da República foi alvo de operação autorizada pelo ministro do STF
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 18, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não tem provas concretas para associá-lo à suposta tentativa de golpe de Estado em 2023.
De acordo com Bolsonaro, a investigação é “política”. “Não tem nada de concreto. Um golpe no domingo, sem Forças Armadas, sem armas?”, indagou.
Ele criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao afirmar que foi incluído no inquérito mesmo sem ter sido alvo de medidas diretas da Polícia Federal (PF). O ex-presidente também se queixou das medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de visitar embaixadas.
“Eu nunca pensei em sair do Brasil, nunca pedi asilo, nunca pensei em ir para uma embaixada”, afirmou o ex-presidente. “Estou com 70 anos, sou ex-presidente da República. É uma humilhação.”
Bolsonaro reforçou que não há nada contra ele além de suposições. Para o ex-presidente, acusações criminais exigem provas concretas — algo que, segundo ele, não existe no processo. Ele ainda comparou sua conduta com a de Lula, afirmando que o atual presidente chegou a “conversar com um marginal no Morro do Alemão”, enquanto ele próprio não teria feito nada parecido.
Ao ser questionado sobre um possível pedido de passaporte para visitar o filho nos Estados Unidos, Bolsonaro tentou despistar, mas admitiu que cogita uma audiência com o presidente Donald Trump. “Se me derem o passaporte, eu vou”, acrescentou. “Converso com o presidente dos Estados Unidos. Mas o governo atual é alienado, não conversa com ninguém.”
Ele também mencionou sua atuação em 2019, quando, segundo ele, evitou tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiro durante a gestão Trump.
Sobre os dólares em espécie encontrados em sua posse, Bolsonaro declarou que tem recibos do Banco do Brasil e que tudo será declarado no Imposto de Renda. “Todo dólar que peguei tem recibo. Está no Brasil. Era presidente, vou declarar no ano que vem.”