Paulo Gonet é reconduzido à PGR com a maior rejeição desde 1989

Indicado por Lula, procurador-geral obteve 45 votos favoráveis e 26 contrários em meio a críticas da oposição

O Senado aprovou, nesta quarta-feira, 12, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República (PGR), por 45 votos a favor e 26 contra. O resultado representa a maior rejeição a um nome para o órgão desde 1989, início da série histórica depois da redemocratização.

Até então, a maior rejeição fora a de Geraldo Brindeiro, indicado no governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, ele recebeu 55 votos favoráveis e 18 contrários. Em 1999, sua recondução teve 61 votos a favor e 11 contra.

A sessão teve pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para manter o quórum e evitar rejeições por falta de votos. Gonet precisava de 41 votos. A votação secreta mostrou queda expressiva em relação a 2023, quando ele havia obtido 65 votos favoráveis e 11 contrários.

Gonet foi reconduzido por Lula à PGR por 45 a 26 votos.

Quase dois em cada três senadores estão ok com a atuação do procurador, totalmente alinhada ao STF, governo e Moraes.

Lembrando: a PGR deveria ser independente dos três Poderes.

A limpeza em 2026 vai ter que ser grande. pic.twitter.com/3lAGUHcp3B— Marina Helena (@marinahelenabr) November 12, 2025

Escolhido por Lula em 2023 fora da lista tríplice da ANPR, Gonet é alinhado à maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da suposta trama golpista. Ele foi vice-procurador-geral eleitoral na gestão de Augusto Aras.https://revistaoeste.com/politica/paulo-gonet-e-reconduzido-a-pgr-com-a-maior-rejeicao-desde-1989/

Resistência a Gonet cresceu depois do julgamento de Bolsonaro

A perda de apoio ocorreu depois do desgaste com a oposição por causa da atuação da PGR na denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadores da oposição já haviam indicado voto contrário. O colegiado aprovou o nome por 17 a 10, abaixo dos 23 a 4 registrados no ano passado.

A oposição acusa a PGR de atuar “em conluio” com o STF no julgamento de Bolsonaro. Parlamentares também questionaram Gonet sobre anistia aos condenados do 8 de janeiro, pedidos de impeachment de ministros e o inquérito das fake news.

O procurador, no entanto, defendeu sua atuação e alegou que a PGR não apresenta denúncias “precipitadas”. Disse que o órgão não criminaliza a política e não interfere em outros Poderes.

Crédito Revista Oeste

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