Marco Temporal será debatido em sessão do STF na próxima semana

Quatro ações sobre demarcação de terras serão discutidas em plenário físico da Corte na próxima semana, com sustentações orais das partes

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará, na próxima semana, quatro processos que discutem o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas.

Os processos ADC 87, ADI 7582, ADI 7583 e ADI 7586, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, foram deslocados para o plenário físico da Corte, já que seriam iniciados no plenário virtual nesta sexta-feira (5/12).

Com a decisão acordada entre ministros internamente, a sessão de quarta-feira (10/12) será destinada às sustentações orais das partes envolvidas nos quatro processos. Ou seja, não haverá votos dos ministros nesse dia, apenas a oitiva dos interessados.

O Marco Temporal é uma tese jurídica que afirma que os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem ocupadas por eles no momento da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.

A proposta se contrapõe à teoria do indigenato, que considera que o direito desses povos sobre as terras tradicionalmente ocupadas é anterior à criação do Estado brasileiro, cabendo a este apenas demarcar e declarar seus limites territoriais.

A discussão sobre o Marco Temporal teve início no STF em 2009, no julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

O debate voltou a ganhar força em 2019, quando uma ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, da Terra Indígena Ibirama Laklãnõ — onde também vivem povos Guarani e Kaingang — recebeu repercussão geral.

Gilmar passou o último ano concentrado na realização de audiências de conciliação para tentar um acordo sobre o tema. O ministro liberou os processos para julgamento na semana passada.

Crédito Metrópoles

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