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Em uma manobra que reforça clima de tensão entre uma ala do Congresso e ministros, 63 deputados e 13 senadores protocolam petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos e focando no ministro relator dos processos contra acusados por 8 de Janeiro; “STF é tribunal de exceção’
Um grupo de 76 parlamentares – 63 deputados federais e 13 senadores – pediu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) que apure ‘atos atentatórios’ praticados pelo Estado brasileiro nos processos criminais contra acusados pelo 8 de janeiro. O alvo da ofensiva parlamentar é o Supremo Tribunal Federal e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações.
“A condução dos processos pelo Supremo Tribunal Federal e em, em especial, os atos despóticos, tirânicos e arbitrários do Ministro Alexandre de Moraes, confrontam os pressupostos estatuídos nos artigos 5º, 7º, 8º e 9º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos”, acusam.
A petição argumenta que os processos conduzidos pelo STF estão ‘eivados de vícios’, constituindo um ‘Tribunal de Exceção’ afastado dos ‘princípios da competência, independência e imparcialidade’.
Sustenta que no processamento dos réus ‘foram violados inúmeros direitos individuais’. Os parlamentares que subscrevem o documento afirmam que os processos sobre os réus do 8 de Janeiro são conduzidos de ‘forma draconiana, subjugando os acusados a condições que ainda ferem a integridade pessoal, psíquica e moral’.
“Imperioso que a CIDH intervenha, a fim de que sejam respeitados os Direitos Humanos da população brasileira, em especial dos acusados pelos fatos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, requerendo que o Estado brasileiro adote providências para garantir a aplicação das leis e restabelecer os direitos fundamentais basilares do Estado Democrático de Direito”, argumentam.
A petição endereçada ao órgão autônomo da OEA é encabeçada pelo deputado Coronel Ulysses (União-AC), assinada pelo Eduardo Bolsonaro, e por aliados do ex-presidente, todos do PL.
Eles fazem uma série de pedidos, são eles:
- Remessa imediata dos processos do 8 de Janeiro para a Justiça Federal, por ‘incompetência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar’;
- Relaxamento da prisão de todos os acusados;
- Investigação sobre morte de Cleriston Pereira da Cunha, prisioneiro acusado de participação nos atos radicais e que morreu na Papuda;
- O Estado indenizar à família de Cleriston pela sua morte ‘enquanto aguardava decisão do STF’.
- Indenização a pessoas que ficaram presas no Acre e em Belém após atos à praça dos três poderes e cujas ações foram arquivadas;
- Reconhecimento de que o Estado brasileiro violou artigos da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ‘devido à instituição de Tribunal de Exceção no âmbito do Supremo Tribunal Federal, resultando na violação de diversos direitos fundamentais, violando, sobretudo, os direitos à vida, à liberdade e ao devido processo legal’;
Os parlamentares classificam o ato do dia 8 de janeiro como uma ‘baderna coletiva’ e argumentam a ‘inexistência’ de crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O documento destaca que o STF fez uma ‘manobra processual’ para julgar os acusados do 8 de janeiro, que não têm foro por prerrogativa de função. Argumenta que Alexandre de Moraes seria ‘suspeito’ para conduzir os processos, considerando sua condição de ‘vítima, investigador e julgador’ – essa indicação tem relação com o suposto plano de sequestro do ministro, tornado público pelo próprio magistrado.
Outro ponto abordado pelos parlamentares é a morte de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão. Ele morreu após sofrer um mal súbito durante banho e sol no Complexo da Papuda, em Brasília, em novembro do ano passado. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República havia se manifestado favoravelmente à soltura de Cleriston.
A alegação dos parlamentares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA é de que a ‘inércia do STF, representada pela flagrante omissão de Moraes ao não analisar os reiterados pedidos de conversão da prisão em domiciliar, resultou na morte do acusado’.
Eles citam a prisão de 12 pessoas no Acre e no Pará, no dia 9 de janeiro, por se recusarem a deixar acampamentos montados em frente a quartéis militares e desobediência à ordem de desobstrução de vias públicas.
Os deputados sustentam que os 12 ficaram presos por mais de cem dias e que a Justiça Federal do Acre, após receber os processos encaminhados pelo Supremo, decidiu pelo arquivamento das investigações.
VEJA A LISTA DOS 76 QUE ACUSAM O SUPREMO NA OEA:
- Ulysses Freitas Pereira de Araújo
- Alberto Barros Cavalcante Neto
- Abilio Jacques Brunini Moumer
- Alcibio Mesquita Bibo Nunes
- Alden José Lázaro da Silva
- Alexandre Ramagem Rodrigues
- Alfredo Gspar de Mendonça Neto
- Amália Scudeler de Barros Santos
- André Fernandes de Moura
- Antonio Carlos Nicoletti
- Beatriz Kicis Torrents de Sordi
- Carla Zambelli Salgado de Oliveira
- Carlos Roberto Coelho de Mattos Júnior
- Daniela Cristina Reinehr
- Domingos Sávio Campos Resende
- Eder Mauro Cardoso Barra
- Eduardo Nantes Bolsonaro
- Eli Dias Borges
- Eliéser Girão Monteiro Filho
- Eros Ferreira Biondini
- Evair Vieria de Melo
- Evandro Gonçalves da Silva Junior
- Fábio Mickey Costa da Silva
- Filipe Martins dos Santos
- Francisco Eurico da Silva
- Frederico de Castro Escaleira
- Geraldo Junio do Amaral
- Gilberto Gomes da Silva
- Gilson Cardoso Fahur
- Gilvan Aguiar Costa
- Gustavo Gayer Machado de Araujo
- Helio Fernando Barbosa Lopes
- João Alberto Fraga Silva
- João Chrisóstomo de Moura
- Jonildo José de Assis
- José Antonio dos Santos Medeiros
- Julia Pedroso Zanatta
- Kim Patroca Kataguiri
- Lenildo Mendes dos Santos Sertão
- Luciano Lorenzini Zucco
- Luiz Alberto Ovando
- Luiz de França e Silva Meira
- Luiz Philippe de Orleans Bragança
- Magda Mofatto Hon
- Manoel Messias Donato Bezerra
- Marcelo Pires Moraes
- Marco Antônio Feliciano
- Marcos Antonio Pereira Gomes
- Marcos Sborowski Pollon
- Mario Luis Frias
- Mauricio Bedin Marcon
- Nikolas Ferreira de Oliveira
- Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada
- Paulo Francisco Muniz Bilynskyj
- Ricardo de Aquino Salles
- Roberta de Araújo Costa Roma
- Roberto Duarte Júnior
- Rodolfo Oliveira Nogueira
- Rodrigo Santana Valadares
- Rubia Fernanda Diniz Robson Santos de Siqueira
- Silvia Nobre Lopes
- Silvio Antonio Guimarães Machado
- Ubiratan Antunes Sanderson
- Marcio Migel Bittar
- Marcos Ribeiro do Val
- Marcos Rogério da Silva Britto
- Luiz Eduardo Grandeiro Girão
- Magno Pereira Malta
- Jorde Seif Júnior
- Jaime Maximiano Bagattoli
- Francisco Plínio Valério Tomaz
- Izalci Lucas Ferreira
- Eann Styvenson Valetim Mendes
- Antonio Hamilton Martins Mourão
- Carlos Francisco Portinho
- Cleiton Gontijo de Azevedo
Respostas de 2
Valeu Dr. Frederico. Acompanhando…
Infelizmente nossos parlamentares brasileiros são em sua grande maioria vendidos, corruptos, com uma “capivara” extensa de crimes, etc, FICANDO DE QUATRO para esse STF que age na ilegalidade, TRISTE …
O povo brasileiro já está ciente de que vivemos em uma DITADURA DO JUDICIÁRIO.
Tem que ir para cima mesmo desses Ministros do STF que colaboram com este estado de coisas.
“SOCA O PÁU” !!!