Foto - Agustin Marcarian/Reuters
Em um ato do partido de Manuel López Obrador, a ex-presidente valorizou a situação da Venezuela devido ao bloqueio, reconheceu a legitimidade do ato eleitoral, mas pediu transparência.
Em seu discurso, Cristina Kirchner afirmou: “Na Venezuela não há demônios nem anjos, se olharmos o processo iniciado em 1999, com um golpe de estado, assumiu Pedro Carmona, que foi reconhecido pelos EUA, e se gerou um clima de violência muito grande.”
“Há dois países bloqueados no mundo, Cuba e Venezuela. Em nenhum lugar conseguem explicar como um país que faz uso de seus recursos não pode vender e comprar nada. Ninguém no mundo explica como se aborda uma economia bloqueada,” sustentou CFK.
Nesse contexto, Cristina pediu e seguindo o tom de seus amigos: “Em relação às últimas eleições na Venezuela, compartilho o comunicado de Petro e Lula, acredito que a responsabilidade na intenção é vital. Ao ouvir a totalização dos votos de forma oral, porque o poder constitucional havia sido hackeado, que foi meticulosamente lido, porque há um suporte de atas que foram remetidas e aqui peço pelo próprio legado de Chávez que se publiquem as atas.”
“A líder da oposição disse que estava na clandestinidade, mas hoje estava em uma marcha,” afirmou e acrescentou: “Somos a única força na Argentina que foi derrubada por golpes militares.”
Em outro aspecto, destacou: “É necessário se informar diante de uma cultura instantânea das redes sociais,” disse CFK e também felicitou “a primeira mulher presidente do México, Claudia Sheinbaum, a maturidade da companheira em continuar com as políticas de Manuel López Obrador.”
“Hugo Chavez venceu as eleições de 1999, depois Lula no Brasil, Néstor Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia e Lugo no Paraguai. Embora sejam todos modelos diferentes, o ponto comum era que prezavam seus povos e representavam seus interesses,” lembrou Cristina.
Além disso, acrescentou: “Contra esses governos populares não eram necessárias torturas e militares, a principal derrota do partido militar ocorreu nas Malvinas. Já não serve uma intervenção nesses governos.”
Cristina Kirchner voltou a criticar a Justiça
Cristina Kirchner voltou a criticar a Justiça: “Me sentaram no julgamento um mês antes das eleições de 2019. Montaram um cenário condicionado com Donald Trump nos EUA e Lula preso. A verdade é que precisamos de pessoas que possam ler melhor a política. A utopia que temos que propor do sul é a Justiça.”
“No meu caso, o poder judicial é de perseguição, me salvou que o disparo não saiu. Acredito mais na virgem do que acreditava antes e nos militantes que capturaram meu atacante. A corte suprema é vitalícia, uma rémora monárquica absoluta,” indicou a ex-mandatária.
“Eu tentei uma reforma profunda para remover isso no meu segundo mandato com a democratização da justiça, mas não teve sucesso,” afirmou.
Cristina Kirchner viajou ao México junto a uma pequena comitiva de dirigentes composta pelas prefeitas Mayra Mendoza (Quilmes) e Mariel Fernández (Moreno), o ex-secretário presidencial Oscar Parrilli e a senadora nacional Anabel Fernández Sagasti. A ex-presidente chegou ao Distrito Federal na sexta-feira de manhã e ficará até quarta-feira.