Deputado cobra investigação sobre seminário erótico da universidade
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), presidente da Comissão de Educação da Câmara, acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a palestra erótica realizada durante o 1º Encontro de “Gênero” do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O parlamentar solicitou informações à UFMA sobre o grupo de pesquisa responsável pela organização do evento. Nikolas declarou que, caso seja comprovada conivência com o ocorrido, os envolvidos podem ser exonerados de seus cargos. “Se as apurações demonstrarem ciência e leniência quanto ao fato, solicitarei a exoneração de todos”, alertou, em entrevista ao Metrópoles.
A performance erótica da travesti Tertuliana Lustosa na UFMA causou revolta na internet, mas sobretudo entre parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou um pedido de convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar o caso na Comissão de Educação da Câmara.
O evento, promovido dentro de um campus universitário, foi criticado como um show erótico patrocinado com dinheiro público. A apresentação foi realizada pela travesti, que se diz cantora e historiadora. Ela compartilhou a cena nas redes sociais.
“Vou te ensinar gostoso dando aula na sua pic…”, começou. “Aqui não tem nota, nem recuperação. Não tem sofrimento e se aprende com tesão. De quatro, empina o c… Educando com o c…”
Nikolas apresenta projeto contra “atos obscenos” na educação
Nikolas Ferreira ainda apresentou um projeto de lei que prevê prisão para quem comete “atos obscenos” em escolas e universidades públicas, em resposta ao caso da UFMA.
O projeto o deputado do PL de Minas Gerais define penas de detenção de dois a cinco anos, além de multa, para atos ou objetos obscenos. Também inclui punição para quem promove, facilita ou participa de eventos obscenos nessas instituições.
Ao Metrópoles, o deputado afirmou que as universidades “devem ser destinados ao estudo, à formação de conhecimento e à promoção de valores que respeitem a dignidade humana e a moralidade”. Nesse sentido, assegurou que lutará “para que estes valores e princípios sejam preservados”.
A UFMA se manifestou por meio de nota: “A universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo”.
“Por isso, entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia”, prosseguiu, em comunicado, a universidade. “Mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade.”