Nesta semana, regime do ditador Nicolás Maduro retirou seu embaixador do Brasil e publicou imagem provocativa ao presidente brasileiro
Em editorial publicado na manhã desta sexta-feira, 1º, o jornal O Estado de S. Paulo avaliou a postura passiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à Venezuela como “masoquismo diplomático” e “fidelidade canina”.
Na quarta-feira 30, o regime do ditador Nicolás Maduro retirou o embaixador venezuelano do Brasil — num movimento visto como grave na diplomacia. O desentendimento recente ocorreu em razão do veto do Brasil ao ingresso da Venezuela no Brics.
Já nesta quinta-feira, 31, autoridades venezuelanas voltaram a provocar o Brasil institucionalmente. A Polícia Nacional Venezuelana publicou uma imagem com a silhueta de Lula e a frase: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
“A ditadura chavista da Venezuela jamais deu a mínima para o Brasil de Lula da Silva, a não ser na exata medida de seus interesses”, afirma o Estadão. “Nicolás Maduro, como Hugo Chávez antes dele, aproveitou-se da benevolência ideológica do lulopetismo enquanto aprofundava sua tirania.”
Jornal entende postura de Lula como passiva
O Estadão citou, no texto, o histórico de apoio de Lula a Maduro, como em 2023, quando um encontro entre os líderes ocorreu em Brasília. Depois, conforme o jornal, mesmo quando a “roubalheira da eleição venezuelana já estava clara para o mundo todo, Lula afirmou não ter visto nada de anormal”.
“Uma nota do Foro de São Paulo subscrita pelo PT acusou as ‘forças de extrema direita’ de ‘atacar os resultados da eleição presidencial venezuelana e a vitória do presidente Nicolás Maduro’, diz o Estadão.
“O ditador Maduro, portanto, pode ficar tranquilo. Aparentemente, não há insulto ou humilhação capaz de lanhar a fidelidade canina de Lula, Amorim e seus sequazes ao regime chavista.”
Jornal compara postura do Brasil com Argentina e Israel
Apesar de passivo com a Venezuela, Lula adota postura diferente com a Argentina e Israel. Conforme o jornal, “por muito menos, Lula da Silva condicionou um encontro com o presidente da Argentina, Javier Milei, a um pedido de desculpas do colega porque este o chamou de ‘corrupto’”.
“Lula também deixou vago o posto de embaixador do Brasil em Israel depois que o último ocupante do posto foi supostamente humilhado pelo governo israelense”, diz o jornal. “À ditadura venezuelana, contudo, Lula dedica as mais variadas vênias, numa espécie de masoquismo diplomático.”