Defesa requereu a Moraes dados de geolocalização do celular do ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionas
Os advogados de Filipe Martins apontaram inconsistências na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou a data para julgar a acusação da PGR.
Na petição enviada ao STF, a defesa interpelou a Corte sobre um registro de entrada de Martins na portaria do Palácio da Alvorada, em 19 de novembro, usado como prova de que o ex-assessor esteve no local no dia anterior. “Isso revela não apenas descuido com os fatos, mas até mesmo com a lógica mais elementar”, constataram os advogados, ao mencionarem que comprovantes do Uber garantem que Martins não esteve nos encontros.
Para atestar isso, contudo, a defesa requereu ao ministro Alexandre de Moraes acesso aos dados do celular do ex-assessor, que podem mostrar onde ele se encontrava naquele dia.
“O cruzamento entre os dados do Uber e os dados de geolocalização formam um conjunto importante de informações, contradizendo diretamente as alegações da acusação”, observou a defesa. “A análise desses elementos permite constatar que a denúncia não é um retrato da realidade e, portanto, não pode ser recebida.”
Moraes monitorou Filipe Martins
Pouco mais de três meses antes de autorizar a prisão de Filipe Martins, por uma viagem aos Estados Unidos que teria ocorrido em 30 de dezembro de 2022, Moraes já tinha dados de geolocalização segundo os quais o ex-assessor estava no Brasil naquela data.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Martins embarcou para Orlando, na Flórida, em uma comitiva do então presidente Jair Bolsonaro. Essa viagem foi posteriormente utilizada para sustentar a alegação de que Martins teria buscado fugir da Justiça em meio a uma investigação a respeito de um suposto golpe de Estado. Em um relatório para indiciar suspeitos do que seria uma trama golpista, a corporação chegou a se contradizer sobre a viagem de Martins.