Brasil anuncia ampliação do bloco dos Brics com nove novos países parceiros

Bloco amplia sua influência com novos integrantes de diversas regiões

 Brasil, em sua segunda presidência do bloco dos Brics, anunciou nesta sexta-feira (17/1) a inclusão de nove países como parceiros do grupo. A expansão foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, que ressaltou a importância estratégica dessa ampliação para fortalecer o papel do bloco na política e economia globais.

Nos últimos anos, o bloco tem buscado ampliar sua influência, aumentando o número de integrantes. Em 2023, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã se juntaram como membros plenos. Já no início de 2025, foi a vez da Indonésia integrar o grupo, elevando o número de membros plenos para dez.

Agora, com a criação da categoria de “países parceiros” na última cúpula realizada em Kazan, Rússia, outros nove países foram anunciados como novos integrantes nessa modalidade: Nigéria, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Essa nova categoria concede menos poder de decisão a esses países nas deliberações do bloco, sendo que a palavra final continua pertencendo aos membros plenos.

Apesar do entusiasmo em torno da expansão dos Brics, críticos, especialmente entre os setores conservadores, alertam para os desafios que essa ampliação pode trazer ao bloco. A inclusão de novos países como “parceiros” pode diluir o foco estratégico original dos Brics, transformando-o em um fórum político amplamente descentralizado, com dificuldades para tomar decisões efetivas e alinhadas.

Ao ampliar sua base de membros, especialmente com nações cujas economias são menos integradas ou que enfrentam instabilidade interna, o bloco pode comprometer sua eficiência. Países como Cuba, Bolívia e Uganda, por exemplo, carregam históricos de regimes autoritários e economias frágeis, o que poderia limitar a contribuição real desses novos integrantes para as metas econômicas e diplomáticas do grupo.

Além disso, há quem veja na expansão dos Brics um movimento político que favorece a hegemonia chinesa, em detrimento dos interesses dos demais membros, incluindo o Brasil. Com a China liderando a maior parte das iniciativas do bloco, alguns analistas conservadores apontam que a expansão pode ser uma forma de Pequim consolidar seu domínio sobre economias menores e aumentar sua esfera de influência, muitas vezes à custa da autonomia dos outros integrantes.

Há preocupações sobre o impacto dessa expansão nas relações do Brasil com seus aliados tradicionais, como os Estados Unidos e a União Europeia. Ao liderar essa ampliação, o Brasil arrisca ser visto como um país que está se alinhando ainda mais a blocos políticos alternativos ao Ocidente, o que pode gerar atritos em acordos bilaterais importantes e na atração de investimentos de nações desenvolvidas.

Para muitos conservadores, o foco do Brasil deveria estar em fortalecer a economia nacional, promover reformas internas e estabelecer parcerias estratégicas bilaterais, em vez de apostar em fóruns multilaterais amplos que podem comprometer a clareza de seus objetivos geopolíticos e econômicos.

Source link

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *