‘Brasil está perto de ver ministros de Tribunais Superiores em investigações criminais’, diz senador

De acordo com Alessandro Vieira (MDB-SE), há indícios de atuação do crime organizado nos Poderes Legislativo e Judiciário

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que o Brasil pode estar próximo de ver, pela primeira vez, ministros de Tribunais Superiores envolvidos em investigações criminais. Segundo ele, o país já teve presidente, ministros de Estado, governadores, parlamentares e prefeitos presos, mas nunca integrantes das Cortes Superiores.

A declaração foi feita durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, da qual é relator, na terça-feira 9. Durante a fala, Vieira criticou o que chamou de naturalização de relações impróprias entre autoridades e o crime organizado.

Ele citou casos de ministros que aceitam caronas em jatinhos, viagens e eventos de luxo pagos por organizações criminosas e, em seguida, retornam a Brasília para atuar no julgamento de processos nas Cortes Superiores.

Vieira ainda disse que enfrenta o tema desde 2019, sem sucesso, e ressaltou que o problema não se restringe ao Judiciário. Segundo ele, há indícios de financiamento do crime organizado em campanhas eleitorais no Senado, na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas.

Senador criticou voo de Toffoli com advogado ligado ao Master

Também na ocasião, o senador criticou a proximidade de autoridades com investigados. Ele destacou que o crime organizado está presente em Brasília, infiltrado em gabinetes e escritórios. Além disso, citou o caso que envolve o Banco Master. Ele deu a declaração durante audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

O senador expressou preocupação com condutas de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Vieira citou especificamente o ministro Dias Toffoli, que viajou ao lado do advogado Augusto Arruda Botelho, representante do Banco Master, para a final da Libertadores, em Lima, no fim de novembro.

Depois da viagem, Toffoli decretou sigilo máximo nas investigações contra executivos do Banco Master. O senador também apontou como novo foco de escândalo um contrato de quase R$ 130 milhões entre o Banco Master e o escritório de Viviane Barci, mulher do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Crédito Revista Oeste

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