Presidente da Câmara, Motta deve dificultar avanço de propostas de interesse do Planalto, pela rejeição ao aumento do número de deputados
Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o projeto que previa o aumento do número de deputados, aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugerem que a prioridade na Casa, ao fim do recesso, será temas defendidos pela oposição ao governo federal
O recesso parlamentar, que começa nesta semana, servirá de intervalo antes da retomada dos trabalhos na Câmara dos Deputados. Nos bastidores, Motta já comunicou a aliados que vai dificultar o avanço de propostas de interesse do Planalto, em resposta ao veto do Executivo, o qual o Legislativo classificou como uma afronta direta.
Mudança de postura na Câmara
Na última sessão antes da pausa, Motta se reuniu com seus apoiadores e passou a colocar em destaque projetos da oposição. A ação é uma possível amostra de mudança de postura. Ele afirmou estar surpreso com a decisão de Lula e decidiu dar espaço ampliado a demandas contrárias ao Planalto.
Entre as votações recentes, a Câmara aprovou o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social para renegociação de dívidas de produtores rurais afetados por problemas climáticos. Também deu continuidade ao texto sobre licenciamento ambiental. O governo rejeita ambas as ações.
Interlocutores próximos ao presidente da Câmara avaliam que pode haver revisão sobre essa postura de confronto. Para isso, Lula e sua equipe devem aproveitar as próximas duas semanas sem sessões para retomar o diálogo com o Legislativo e buscar acordos que amenizem o impasse.