Foto - Clauber Cleber Caetano/PR.
O ex-secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, não compareceu ao depoimento marcado pela PF sobre o caso da suposta “Abin paralela”
O ex-secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, não compareceu ao depoimento marcado pela Polícia Federal para esta segunda-feira (29) sobre o caso da “Abin paralela”. A oitiva deveria ter ocorrido no último dia 25, mas foi remarcada a pedido de Tostes.
Chefe da Receita no governo de Jair Bolsonaro (PL), ele foi citado pelo ex-presidente durante uma reunião sobre relatórios do órgão contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das supostas “rachadinhas”.
No último dia 11, a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha. Segundo as investigações, políticos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas foram espionados por uma “estrutura paralela” montada na Abin, chamada de “Abin paralela”.
Os investigadores também apuram o suposto uso da agência para proteger os filhos do ex-presidente em investigações. Os envolvidos na investigação negam qualquer irregularidade.
Tostes não deu à PF justificativas sobre sua ausência no depoimento. A corporação avalia o que fazer sobre a nova falta de ex-chefe da Receita, informou a GloboNews.
Tostes foi citado em reunião sobre investigação contra Flávio
O encontro, realizado em agosto de 2020, teve a participação do então diretor-geral da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e de duas advogadas do senador.
Conforme a investigação, eles trataram “sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal que deu causa à investigação” no caso das “rachadinhas”.
Em um trecho do áudio, Bolsonaro sugere que alguém fale com Tostes, e o então chefe do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) sobre a investigação contra Flávio.
“É o caso de conversar com o chefe da Receita”, disse Bolsonaro após as advogadas citarem supostas irregularidades cometidas por auditores fiscais. A PF quer saber de Tostes se ele foi procurado após a reunião para tratar sobre o tema.