Na manhã desta terça-feira, 16 de abril, o governo do presidente Lula (PT) exonerou Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Alagoas. Essa exoneração ocorre em meio ao embate entre o deputado e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A decisão de exoneração foi assinada pelo presidente do Incra, César Fernando Schiavon Aldrighi. O primo de Lira ocupava o cargo desde 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB).
Além do conflito entre o presidente da Câmara e o Palácio do Planalto, a demissão acontece em um momento de crescente invasão de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), durante o chamado Abril Vermelho. Os sem-terra reivindicam mudanças nas chefias do órgão, que é responsável pela gestão dos processos de regularização de assentamentos.
Na semana anterior, trabalhadores rurais ligados a diversos movimentos invadiram a sede do Incra em Alagoas. Eles se retiram após conseguirem agendar reuniões com o governo federal para tratar do assunto.
Em 11 de abril, quando questionado sobre se havia saído enfraquecido após o plenário da Câmara manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (Sem Partido – RJ), suspeito de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco, o presidente da Câmara, Arthur Lira, expressou seu descontentamento com o ministro Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente”.
No dia seguinte, Padilha afirmou que não se envolveria em trocas de acusações com Arthur Lira.