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Justiça nega pedido da Mynd8 para censurar vídeo sobre morte de Jéssica

Jéssica Canedo cometeu suicídio por conta de ataques nas redes sociais após ter falso affair com Whindersson Nunes divulgado por perfis de fofoca.

O juiz da 44ª Vara Cível de São Paulo, Guilherme Madeira Dezem, negou um pedido liminar feito pela empresa de marketing Mynd8 para a retirada do ar de um vídeo em que o jornalista Ricardo Feltrin trata do caso Jéssica Canedo, jovem de 22 anos que cometeu suicídio por conta de ataques nas redes sociais após ter falso affair com o humorista Whindersson Nunes divulgado por perfis de fofoca ligados à Mynd.

Ao comentar sobre o caso em um vídeo no seu canal do Youtube, o jornalista comemorou a decisão. A Mynd8 ainda pode recorrer da decisão.

“É uma boa notícia, pelo menos, para mim. Perderam, não sei se vão recorrer, mas de qualquer forma é uma bobagem porque eu jamais acusei a Preta Gil de ser cúmplice na morte da menina”, disse Feltrin, neste domingo (12).

A cantora Preta Gil é uma das sócias da Mynd8. Em março, ao falar sobre o caso após meses de silêncio, a cantora omitiu a sua relação com o perfil de fofocas Garotx do Blog, o primeiro a divulgar o falso relacionamento entre a jovem e o humorista. Jéssica cometeu suicídio no dia 22 de dezembro de 2023.

Depois da publicação do Garotx do Blog, a história foi repercutida pelas páginas Choquei e Alfinetei.

A página Garotx do Blog integrou a “Banca Digital” da agência de Preta Gil até o fim de dezembro de 2023, quando foi afastado da empresa por conta do escândalo. Já o perfil Choquei foi agenciado pela empresa de Preta Gil até dezembro de 2021.

“Entendo que a retirada de vídeo em sede liminar é ato violento e que somente pode ser feita quando houver flagrante violação dos direitos da personalidade ou nos casos em que haja risco para a coletividade como é o caso das chamadas fake News que proliferaram no período da pandemia sobre vacinas […] A retirada de vídeo jornalístico do ar em caráter liminar é ato de força do Estado e que somente pode ser feito em situações excepcionais. Não é o caso dos autos, o que não significa que não possa rever minha decisão após a contestação ou mesmo em sede de eventual sentença”, diz um trecho da decisão publicada na quinta-feira (9).

Segundo Feltrin, a Mynd não especifica o vídeo que pretende retirar do ar.

O jornalista disse em uma de suas publicações destacou o fato de a empresa e a Preta Gil terem tentado se desvincular dos perfis que disseminaram a falsa história, que levou ao suicídio de Jéssica.

Ao conversar com a Gazeta do Povo, nesta segunda-feira (13), o advogado André Marsiglia – responsável pela defesa do jornalista – disse que “a censura precisa ser recolocada pelos juízes no lugar de aberração jurídica”.

“Diante de um cenário de normalização da censura no país, é de extrema importância decisões que considerem a exclusão de conteúdos ato de violência. A censura precisa ser recolocada pelos juízes no lugar de aberração jurídica a ser sempre refutada pelos poderes do Estado. Creio que foi o caso desta decisão. É uma vitória do Feltrin, mas de todos os jornalistas, de todos que defendem a expressão livre no país”, disse Marsiglia.

Ao concluir o inquérito, em março deste ano, a Polícia Civil de Minas Gerais não indiciou nenhum dos responsáveis pelos perfis de fofoca. 

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