Receita ficou R$ 1,4 bilhão abaixo da projeção da União; apenas duas áreas receberam propostas
O leilão do pré-sal, nesta quinta-feira, 4, arrecadou R$ 8,8 bilhões, valor abaixo da previsão oficial de R$ 10,2 bilhões do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Petrobras e Shell foram as únicas proponentes e adquiriram duas das três áreas ofertadas. Tupi, maior campo produtor do país, não recebeu propostas.
No campo de Mero, o consórcio pagou R$ 7,79 bilhões pela fatia de 3,5% da União, pouco acima do mínimo. Em Atapu, desembolsou cerca de R$ 1 bilhão pela participação de 0,95%. Segundo técnicos, as empresas adotaram postura mais cautelosa ao avaliar custos, produção e retorno de longo prazo.
A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) informou que dez empresas acessaram o data room e sete se credenciaram, mas apenas Petrobras e Shell avançaram.
TCU vê fragilidades no leilão do pré-sal
O Tribunal de Contas da União autorizou o leilão nesta quarta-feira, 3, mas registrou que não houve “análise detalhada” sobre a decisão de ofertar as áreas. O órgão afirmou que a medida atendeu a uma “necessidade urgente” de reforçar o caixa e pode gerar “potencial perda de valor para a União”.
A área de Tupi, considerada de baixo risco, ficou sem propostas. O presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, disse que compradores tiveram leitura “pior” do ativo do que a prevista. Ele afirmou que a União continuará recebendo e comercializando o petróleo da fatia não vendida.
Fazenda minimiza impacto fiscal
Interlocutores da Fazenda afirmam que a frustração de R$ 1,4 bilhão não altera a condução fiscal, pois o governo conta com empoçamento de despesas, estimado em até R$ 10 bilhões neste ano.
Investidores acompanham fatores como preço internacional, curva de declínio e retorno sobre capital. A PPSA indica que próximos editais devem passar por ajustes técnicos para garantir atratividade e segurança jurídica no pré-sal.





