Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva ameaçam pedir demissão caso sejam atingidos por cortes do pacote fiscal
Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva ameaçam pedir demissão caso sejam atingidos por cortes do pacote fiscal. Carlos Lupi (Previdência) e Luiz Marinho (Trabalho) confrontam equipe econômica e se recusam a colaborar com as possíveis medidas. “Como se fossem insubstituíveis ases da administração pública”, criticou o jornal O Estado de S. Paulo em seu editorial de opinião desta segunda-feira, 11.
Há meses, o governo estuda mudanças no abono salarial, no seguro-desemprego e na multa de 40% do FGTS em demissões sem justa causa. Contrariado, Luiz Marinho discutiu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em recente reunião no Palácio do Planalto, relatou o Estadão.
O texto diz que, em outros momentos, ministros já foram desautorizados em comentários insubordinados ou dissonantes. “E não há nada de errado nisso, pois faz parte do exercício da Presidência manter a equipe coesa e garantir certo grau de disciplina para que a máquina pública funcione dentro do roteiro traçado pelo governo”.
Mas, dessa vez, foi diferente. “Lula presenciou a cena, mas apenas assistiu, sem tentar sequer conter a insurgência”, comentou o jornal. “Ele acompanha com incômoda indiferença as declarações intimidatórias a eventuais medidas de seu governo.”
Políticas populistas de Lula
A publicação afirma que “parcimônia nos gastos” é conceito inexistente na cartilha lulopetista, repleta de políticas populistas mantidas com dinheiro público. Diz ainda que a conduta de alguns ministros diante de um Planalto “apático” enfraquece a equipe econômica e aumenta as dúvidas sobre o verdadeiro papel de Lula na direção do equilíbrio sustentável das contas públicas.
A ferocidade dos ministros no combate ao corte de gastos parece se basear na certeza de que não precisarão cumprir ameaças de debandar do governo.