Prefeito de São Paulo afirma que processo apresenta ‘exageros’
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, participou nesta segunda-feira, 2, da abertura do 12º Fórum do Biogás, ocasião em que também assinou decreto voltado à aquisição de biometano. Durante o evento, além de destacar medidas ambientais da prefeitura, o prefeito foi indagado sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e se posicionou de forma crítica em relação ao processo.
Ao ser questionado sobre o andamento da análise no Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes afirmou que “o resultado, infelizmente, a gente já sabe” e que “é muito difícil mudar alguma coisa da forma como foram as coisas acontecendo”. Segundo ele, Bolsonaro “não era sequer para ser julgado no STF”, pois o ex-presidente não tem direito a foro privilegiado. “As coisas estão um pouco descompensadas com aquilo que a gente entende que deveria ser o correto e o ideal para que pudesse ter um processo com total lisura e não ter um direcionamento.”
Nunes defende proposta de anistia
Questionado sobre a possibilidade de anistia, tema já tratado pelo governador Tarcísio de Freitas, o prefeito disse concordar com a articulação. Para ele, houve exagero nas condenações. “A anistia, tendo em vista a conjuntura do processo, tendo em vista os excessos de penas, você falar que condenar uma pessoa porque fez um ato de depredação a 14 anos de prisão, pessoa sem antecedente criminal, que é algo razoável, se você for isento de paixões ideológicas, qualquer um vai dizer que não é razoável”, declarou.
Nunes também criticou a tipificação de alguns crimes imputados aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. “Nesse processo de dizer que a pessoa está respondendo por ataque armado, ninguém viu nenhuma arma”, afirmou. “Acho que a gente deveria ter tido uma punição exemplar para depredação, que é o caso, e não ter essa questão de colocação de golpe, que, do meu ponto de vista, me parece que estão forçando muito uma barra para algo que não se consolida.”
O prefeito acrescentou ainda que se considera “absolutamente contra qualquer tipo de injustiça e contra qualquer pessoa, seja do PT, do PCdoB, do MDB, do PSD, do PL”. Segundo ele, “injustiça é algo que qualquer pessoa do bem, que tem amor ao próximo, deve repudiar”.
Ao final de sua fala, Nunes disse esperar que o país encontre equilíbrio institucional. “A gente precisa ter mais tranquilidade, mais calma, ter um Judiciário mais dentro da linha do respeito, e não do medo”, afirmou. “Vamos orar para Deus que as coisas caminhem bem, que a gente possa ter o nosso país apaziguado, e as pessoas possam ter o direito de trabalhar e de se expressar e de pensar e de criticar sem ser punido.”