Segundo o jornal, o lulopetismo é incapaz de enxergar as aspirações, necessidades e demandas dessa parcela da população
As eleições municipais de 2024 mostraram que a esquerda e o Partido dos Trabalhadores (PT), de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não aprenderam que a ideia de dividir o país entre pobres e ricos apenas negligencia as demandas da classe média, que passou a votar na direita. É o que diz o editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 20.
O texto faz uma crítica à visão do presidente da República em relação à classe média brasileira. Segundo a publicação, Lula e o PT continuam presos a uma visão antiquada, herdada do sindicalismo do século XX. Eles polarizam a sociedade em uma luta de classes e ignoram as aspirações desse grupo social, “especialmente sua busca por mais liberdade econômica e menos intervenção estatal”.
Além disso, o editorial destaca que, ao longo dos governos petistas, essa classe média foi relegada a segundo plano. Ela passou a ser vista como “burguesia”, e alvo de medidas populistas. Entre elas, o Estadão destaca a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Esquerda, capitaneada por Lula, associa classe média ao atraso
O jornal mencionar figuras como a filósofa Marilena Chauí — uma das principais intelectuais ligadas ao PT —, que expressou desprezo pela classe média, associando-a ao atraso e à ignorância. De acordo com o texto, é esse o sentimento que permeia a esquerda brasileira.
Para o Estadão, mesmo depois de décadas no poder, o lulopetismo continua incapaz de enxergar as aspirações, necessidades e demandas da classe média.
“Hoje, mais empobrecida, endividada e carente de políticas públicas que a ajudem a se recuperar dos danos deixados por longos períodos de crescimento econômico pífio ou recessão”, destacou.