O PT lançará nesta sexta (5) um manifesto para orientar a militância para as eleições de 2026 com o objetivo de fazer uma “ofensiva democrática” para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a mobilização da base contra o que chama de “extrema direita” e “retorno do obscurantismo”. O lançamento ocorrerá durante um ato na sede nacional do partido em Brasília.
As primeiras informações sobre o manifesto, divulgadas mais cedo, apontam uma ofensiva radical do partido que se propõe a ser protagonista na construção de uma “nova ordem política, econômica e social”, colocando o Estado como responsável por atender “aos anseios e necessidades reais da população”.
“Momento preparatório para a militância iniciar os debates e as formulações sobre o futuro do partido, sobre o fortalecimento da legenda para a superação dos desafios e também um momento propício de mobilização para a reeleição do presidente Lula”, disse Edinho Silva, presidente nacional do PT.
O PT quer usar o ato e o Congresso da legenda, no ano que vem, para reorganizar internamente a militância, reforçar o discurso político e alinhar o programa que será levado às urnas no próximo ano. O partido afirma que a “extrema direita” segue ativa no país e que ainda não foi derrotada, “apenas contida”
“Novas batalhas virão, novas vitórias serão necessárias. Nossa base de 3 milhões de filiados deve ser o motor de uma frente ampla que impeça o retorno do obscurantismo e projete um futuro diferente para o Brasil. O PT está pronto: unir, organizar e lutar para consagrar Lula a um quarto mandato”, pontua o documento.
O manifesto também destaca que servirá para “reafirmar o papel histórico do PT” como a “maior força de esquerda da América Latina e o principal motor de transformação social no Brasil”.
Em outro trecho do documento, o PT sustenta que “a severa crise do capitalismo moderno” é estrutural e vem atingindo, de forma mais dura, países pobres e endividados, o que reforçaria a necessidade de uma “nova ordem política, econômica e social”. O manifesto também relaciona soberania nacional ao protagonismo climático, afirmando que o país já exerce liderança na transição energética e oferece à juventude “uma perspectiva concreta de futuro”.
Entre as bandeiras anunciadas, o texto aponta que o partido deve liderar temas diretamente ligados à vida do trabalhador, como a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1 sem corte salarial. O documento também cita a necessidade de proteção da Amazônia sem abrir mão do processo de reindustrialização do país, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026, e reforça que é hora de enfrentar o debate sobre segurança pública.
“Defendemos a autoridade do Estado Democrático para libertar os territórios das milícias, do crime organizado e seus sócios na Faria Lima, com inteligência e sem a barbárie da violência policial”, pontua em uma crítica à recente megaoperação policial no Rio de Janeiro que vitimou 121 pessoas nos complexos do Alemão e da Penha.
A coordenação geral do congresso ficará sob responsabilidade do deputado Jilmar Tatto, escolhido pela Executiva Nacional para conduzir o processo. Quatro subgrupos também atuarão na organização, liderados por José Dirceu, Valter Pomar, Cristiano Silveira e Anne Moura, cada um responsável por áreas específicas como programa, estatuto e tática eleitoral.





