Foto - Montagem Revista Sociedade Militar
Trabalho de conclusão apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais pode indicar que entre os jovens oficiais há aqueles que acreditam que a influência política do Exército Brasileiro deve ser maior.
Piero Leirner, antropólogo e renomado especialista em Forças Armadas, divulgou em suas redes sociais excertos de um monografia de conclusão de curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro, onde um capitão apresenta e fundamenta visão de mundo onde o Partido dos Trabalhadores seria uma organização criminosa e aponta caminhos para que as Forças Armadas assumam a condução do processo político no Brasil.
O antropólogo, que é professor titular do departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSCar e autor de vários livros, explicou que, ao realizar uma busca na internet por outro documento do Exército, acabou descobrindo o texto. Leirner comentou: “Aquelas pérolas que encontramos quando procuramos outra coisa…”. Em resposta à sua postagem, os comentários dos seguidores foram bastante incisivos, demonstrando preocupação de que esse tipo de visão de mundo esteja disseminada entre os jovens oficiais do Exército Brasileiro. O curso da ESAO tem como objetivo a especialização de oficiais em Ciências Militares com ênfase em Gestão de Defesa e é equivalente à pós-graduação universitária lato sensu.
“Se é esse o pensamento desses jovens oficiais e muito provável tbm estar se espalhando por todas as forças (exército, aeronáutica, marinha, PM, Bombeiros, polícia federal, civil, etc), a ameaça contra nossa democracia é interna e muito real.”;
“@LulaOficial, @alexandre … As escolas de formação de oficiais militares estão formando os futuros golpistas. Vcs vão ver isso e não vão fazer nada?”
O título: PARTIDOS POLÍTICOS NO FORO DE SÃO PAULO: UMA AMEAÇA A SEGURANÇA NACIONAL
O texto foi apresentado à ESAO no ano de 2020, foi avaliado por um coronel e um capitão. Segundo explica o autor, o trabalho teria como objetivo principal realizar um aprofundamento e “analisar em que medida as relações do Partido dos Trabalhadores (PT) no Foro de São Paulo representa uma ameaça à segurança nacional”.
Outros objetivos seriam: identificar as relações de membros do Foro de São Paulo, do qual faz parte o Partido dos Trabalhadores, com o narcotráfico e a identificação de como as Forças Armadas deveriam agir no que diz respeito a esse contexto político.
Trechos do trabalho do capitão D.P. S. apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
“Visando a investigar as lacunas no conhecimento acerca das ameaças a segurança nacional por conta das relações do Partido dos Trabalhadores no Foro de São Paulo, formulou-se o seguinte problema que estará nesta pesquisa: em que medida as relações do Partido dos Trabalhadores no Foro de São Paulo representa uma ameaça à segurança nacional? Parte-se da hipótese de que o Estado Brasileiro está próximo de se tornar um estado fracassado por estar sendo alvo de uma guerra híbrida em que o Partido dos Trabalhadores é instrumento motriz de um modelo de revolução gramsciana coordenada pelo Foro de São Paulo, que pode ou não estar sob a direção de alguma potência ou entidade global.”
“Em seu estatuto, o PT afirma ter o objetivo de construir o socialismo democrático e em sua Carta de Princípios publicada alguns meses antes, que não há democracia sem socialismo. É importante entender em que sentido o partido usa a palavra democracia e qual o motivo do partido se propor a lutar por ela.”
No texto há citações de vários autores, entre elas uma de Brilhante USTRA, apontando o partido dos trabalhadores como apoiador de uma reunião com comunistas e terroristas e articulador para a criação de uam federação de repúblicas socialistas, a URSAL.
O oficial termina o trabalho com um direcionamento para as Forças Armadas, no que diz respeito ao seu papel político. Para ele os militares devem assumir o papel de “eminência parda” e “fiador” do sistema político no Brasil.
“As Forças Armadas, em particular o Exército, precisam voltar a ter a capacidade real de influir no jogo político brasileiro a fim de fazer com que a sua política seja implementada e, deste modo, impedir graves ameaças a segurança nacional como as abordadas ao longo deste estudo. Para tal, devem assumir a responsabilidade de exercer o poder moderador por intermédio do intervencionismo tutelado tornando-se, assim, eminência parda e fiadora do sistema político brasileiro para que a segurança do país seja sempre resguardada…”
Respostas de 4
Talvez ainda haja alguma esperança sobre as FFAA. No entanto preocupa-me a ideia de poder moderador que o capitão gostaria que elas assumissem. Uma intervenção para reequilibrar a bagunça institucional atual, ok. Mas um papel permanente de poder moderador poderá significar trocarmos seis por meia dúzia…
As FFAA deveriam no mínimo serem responsáveis por eleições limpas e transparentes com votos auditaveis. Também mudar o sistema senado x stf onde tem conflito de interesses. Pequenas garantias de democracia pujante.
A OVRIM VEERMELHA, desde FHC aparelhou as Fforças Armadas para servir a Esqueda. Olavo sempre disse que as Forças Armadas tinham percepção Socialista, mas o povo analfabeto que é, nunca prestou atenção a este fato. É a Democracia descendo pelo RALO!
Imaginar as FFAA como poder moderador permanentes me faz lembrar a crise do império romano que se iniciou no século II quando os soldados escolhiam os imperadores e que só teve fim com a assunção de Constantino.
Não podemos esquecer que Chaves era um militar.