Foto - Divulgação/Tribunal Distrital Basmanny
Dois jornalistas faziam parte do grupo que denunciava a corrupção no Kremlin.
Dois jornalistas russos, Konstantin Gabov e Sergey Karelin, foram presos sob acusação de “extremismo” pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, na última semana. Ambos faziam parte do grupo fundado pelo político de oposição Alexey Navalny, responsável pelo canal de YouTube NavalnyLIVE, que denunciava a corrupção no Kremlin.
As autoridades russas classificaram Navalny e suas organizações como “extremistas”, o que resultou na prisão de diversos membros da equipe e no exílio de muitos outros.
As autoridades detiveram Gabov, acusado de produzir conteúdo para o canal de Navalny, e ele permanecerá sob custódia até pelo menos 27 de junho, aguardando uma sentença definitiva.
Por outro lado, as autoridades prenderam Karelin, que possui cidadania israelense, na região de Murmansk, sob a acusação de participar de uma organização extremista enquanto trabalhava para a agência de notícias Associated Press (AP).
Também na Rússia, a polícia prendeu Sergey Mingazov, jornalista da Forbes Rússia, e o colocou em prisão domiciliar por dois meses.
De acordo com o jornal Gazeta do Povo, o advogado do jornalista explicou que ele replicou uma notícia sobre o episódio, que resultou na morte de mais de 400 civis, sendo acusado de espalhar “notícias falsas sobre as Forças Armadas russas”.
A repressão do regime de Putin contra jornalistas que denunciam as ações russas na Ucrânia não é um caso isolado. Em dezembro do ano passado, a jornalista Maria Alexandrovna Gessen, conhecida como Masha, foi alvo de um mandado de prisão por supostamente propagar fake news sobre o massacre de Bucha.
Desde o início da guerra, o governo russo tem intensificado a perseguição à imprensa, como no caso de Roman Ivanov, condenado a sete anos de prisão por divulgar “informações falsas” sobre as ações do Exército russo na Ucrânia, e de Maria Ponamorenko, sentenciada a seis anos de prisão por reportagens sobre a invasão russa no país vizinho.