Produtores usam coroas fúnebres para denunciar omissão dos governos e crises no campo
A abertura oficial da Expointer, em Esteio (RS), foi marcada por coroas fúnebres em protesto contra a lentidão do governo Lula (PT) e do governo de Eduardo Leite (PSD) na ajuda aos produtores afetados pelas enchentes de 2024.
Antes mesmo do início da cerimônia, agricultores gaúchos se mobilizavam em solidariedade às famílias impactadas pelo endividamento no campo e pela securitização das dívidas.
O grupo, formado por produtores de diversas regiões do estado, instalou coroas mortuárias e balões pretos nos gradis da pista principal da Expointer, que foi realiada no dia 5 do mês passado. “O governo estadual e federal tem sangue dos gaúchos em suas mãos”, diziam as coroas.
Segundo Arlei Romeiro, organizador do protesto e diretor-financeiro da Associação dos Produtores e Empresários Rurais do RS, as coroas de flores “são homenagem às 23 famílias de produtores que foram destruídas com o suicídio de seus genitores por falta de atenção do governo”.
De acordo com estudo do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, a taxa de suicídios no campo é de 20,5 por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional.
O problema, de acordo com Romeiro, ocorre “principalmente pelo fato das Instituições Financeiras não cumprirem as Políticas Públicas de Crédito Rural e Manual de Crédito Rural, os quais garantem ao produtor o direito à prorrogação de seus custeios e investimentos em caso de frustração de safra”.
