Transparência Internacional critica contrato de mulher de Moraes com Banco Master

Para a ONG, o incidente mostra que o sistema de Justiça brasileiro está “virando um grande Gilmarpalooza”

A Transparência Internacional/Brasil criticou nesta terça-feira, 9, o contrato de R$ 129 milhões firmado pela mulher do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o Banco Master.

Segundo a ONG, o sistema de Justiça brasileiro “está virando um grande Gilmarpalooza”, em referência à influência de magistrados sobre negócios privados.

De acordo com uma reportagem do jornal O Globo, ao prender o dono do Master, Daniel Vorcaro, a Polícia Federal encontrou, no celular dele, cópia do contrato de prestação de serviços entre o banco e o escritório da advogada Viviane Barci, mulher de Moraes.

Essa informação foi divulgada no fim de semana pela imprensa. Agora, a coluna de Malu Gaspar, de O Globo, revela o valor do contrato: R$ 3,6 milhões por mês, durante 36 meses, que poderia alcançar o montante de R$ 129 milhões, se fosse cumprido integralmente. Entretanto, como o banco foi dissolvido, não se sabe quanto efetivamente foi pago pelos serviços advocatícios do escritório de Viviane.

Ação ajuizada pelo escritório da mulher de Moraes em favor do Master

Vorcaro foi preso em 17 de novembro, quando tentava embarcar para o exterior em seu jatinho particular. Entretanto, já está em liberdade, com decisão da desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Na operação contra o Master, outros seis executivos foram presos.

Segundo O Globo, mensagens internas apreendidas durante a operação mostram que os pagamentos ao escritório de Viviane eram tratados como prioridade absoluta pelo Banco Master, mesmo em meio à crise financeira. O contrato tinha objeto amplo, com autorização para o escritório de Viviane representar o banco em diferentes áreas.

O jornal também informa que, entre as ações em que Viviane atuou, se destaca uma queixa-crime protocolada em abril de 2024 por Vorcaro e pelo Master contra Vladimir Timerman, investidor da Esh Capital. O processo acusa Timerman de calúnia ao afirmar que Vorcaro teria “participado e/ou realizado operações fraudulentas entre Gafisa e o Fundo Brazil Realty”, do qual o Master era cotista, buscando, segundo a defesa, “atingir de forma criminosa a honra” dos querelantes.

A petição da queixa-crime a que a coluna de Malu Gaspar teve acesso, também assinada pelos filhos do ministro, Alexandre Barci de Moraes e Giuliana, além de outros dez advogados, sustenta que Timerman “desacreditou publicamente e comprometeu os atributos dos querelantes que os tornam merecedores de respeito perante a sociedade civil”. Vorcaro perdeu em duas instâncias, mas ainda pode recorrer.

Crédito Revista Oeste

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