Vice-líder do partido de Kassab apoia urgência do PL da Anistia

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem buscado o respaldo do PSD para o perdão dos presos de 8 de janeiro

O vice-líder do PSD na Câmara dos Deputados, Reinhold Stephanes (PR), declarou apoio ao requerimento de urgência para o Projeto de Lei (PL) da Anistia, com o objetivo de agilizar seu trâmite. Já Gilberto Kassab, presidente nacional do partido, tem evitado manifestações públicas sobre o tema.

Nos bastidores, ele defende que o PSD não feche questão, permitindo que os parlamentares votem de acordo com suas convicções. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem se reunido com Kassab durante suas visitas a São Paulo, onde se hospeda no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

Nessas ocasiões, Bolsonaro tem buscado o apoio do PSD ao PL da Anistia. Apesar de divergências passadas, as conversas entre os dois têm avançado, tanto em encontros privados quanto em declarações públicas.

Divisão interna no PSD em relação ao PL da Anistia

Embora o PSD integre a base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido contém uma ala mais próxima da oposição.

O deputado Stephanes, que faz parte desse grupo oposicionista, está associado ao governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), um potencial candidato à Presidência da República em 2026. Essa divisão interna reflete a complexidade das alianças políticas.

O PSD está à frente de três ministérios do governo Lula: Agricultura, liderado por Carlos Fávaro; Minas e Energia, gerido por Alexandre Silveira; e Pesca, sob o comando de André de Paula.

A aprovação do requerimento de urgência para o PL da Anistia eliminaria a necessidade de análise por uma comissão especial, criada por Arthur Lira (PP-AL), acelerando seu andamento na Câmara dos Deputados. A expectativa é que a proposta seja votada em abril, conforme fontes próximas ao processo.

Moraes pressiona Kassab contra perdão aos presos do 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, quer pressionar o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a não apoiar o projeto de anistia para os condenados pelos atos do 8 de janeiro. A nova arma para executar essa pressão política é uma manobra judicial do último dia 19.

Moraes ordenou que uma investigação da Lava Jato contra Kassab por corrupção passiva, caixa dois e lavagem de dinheiro retornasse para o STF, para ser relatada por ele novamente. O próprio ministro havia enviado o inquérito para a Justiça Eleitoral de São Paulo, em 2019. A denúncia do Ministério Público contra o presidente nacional do PSD foi aceita em 2021, o que tornou Kassab réu. 

A decisão de Moraes sobre trazer a investigação de volta para as próprias mãos se apoia na mudança de entendimento do STF sobre o foro privilegiado. Pelo novo entendimento da Corte, o foro por prerrogativa de função segue válido mesmo depois de a autoridade deixar o cargo, se o crime tiver sido cometido durante o exercício da função e em razão dela.

Crédito Revista Oeste

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