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União Brasil se afasta de Lula na Câmara dos Deputados

Partido com a terceira maior bancada da Câmara, União Brasil trocará de liderança e se afastará de Lula após atrito com corte de gastos

A assinatura da urgência dos projetos que integram o corte de gastos foi a gota d’água para Elmar Nascimento (BA) deixar a liderança do União Brasil na Câmara. A bancada, a terceira maior da Casa, pressionou pela sua saída nesta semana, após ser pega de surpresa com o gesto do deputado ao governo Lula. Agora, os parlamentares da sigla querem um nome mais distante do Planalto para liderá-los a partir de 2025.

Os cotados para assumir a liderança do União Brasil no ano que vem são Fernando Marangoni (São Paulo), Mendonça Filho (PE), Arthur Maia (BA) e Damião Feliciano (PB). Nos bastidores, esses foram os nomes que surgiram após aliados de Elmar passarem uma lista para colher assinaturas e reconduzi-lo ao posto em 2025, inflamando uma ala do partido que estava incomodada com o líder desde o ano passado.

Insatisfeita por estar desde agosto sem emendas parlamentares e por discordar de pontos específicos das propostas do corte de gastos, a bancada do União se posicionou de maneira contrária à votação. Por isso, a surpresa com a assinatura do pedido de urgência.

A ala insatisfeita com Elmar, porém, lembra que o atual líder negociou comissões e cargos na sua campanha para se tornar presidente da Câmara. Ele desistiu de concorrer ao cargo após o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), escolher Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo.

As constantes visitas ao Planalto também passaram a irritar os parlamentares, que cobram mais retorno de Lula para garantir os votos do União na Câmara. Atualmente, o partido tem três ministérios, mas os deputados só se sentem representados por Celso Sabino no Turismo e Juscelino Filho nas Comunicações, pastas com ações e orçamento que não fazem brilhar olhos do Legislativo.

Esse cenário dificulta o esforço de Lula para ter o União Brasil no seu palanque na campanha de reeleição, em 2026. O partido não entregará os ministérios na gestão petista, mas trabalha pela candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência na próxima eleição nacional.

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