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Carolina de Toni pauta três projetos que elevam penas de crimes em primeira reunião da CCJ

Carolina de Toni pauta três projetos que elevam penas de crimes em primeira reunião da CCJ

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados.

Em sua estreia presidindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Caroline de Toni (PL-SC) pautou três projetos que aumentam penas de crimes. As propostas serão analisadas pela comissão, que se reúne pela primeira vez para deliberar neste ano nesta terça-feira, 12.

A lista de projetos foi definida na última sexta-feira, 8. As propostas são de autoria dos deputados Kim Kataguiri (União-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Gildenemir de Lima Sousa, conhecido como Pastor Gil (PL-MA). Todas as propostas apresentam modificações no Código Penal, buscando a intensificação das penas para crimes já contemplados pela legislação, como estelionato e tráfico de drogas. Para serem aprovadas, necessitam passar por votação no Plenário da Casa.

Em entrevista à Coluna do Estadão, a deputada disse que só vai pautar matérias de costumes se houver garantia de vitória. “Não adianta sair pautando temas de costumes, como poderia ser a vontade de um deputado oposicionista, e chegar lá na frente e não temos os votos. Temos que ponderar o momento social e político”, disse a deputada Carol de Toni.

Entre os textos que devem avançar com o comando da parlamentar, estão a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões monocráticas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo. Veja abaixo os projetos de lei pautados para a próxima reunião da CCJ que visam aumentar penas:

PL 986/2019

Proposto pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP), o projeto estipula uma pena mínima de 25 anos para indivíduos que cometem crimes graves em mais de duas ocasiões. Segundo o deputado, a intenção é que o reincidente seja sujeito a uma pena mais severa após a terceira prática de crimes mencionados na proposta, visando dissuadir a repetição de delitos mais graves. Os crimes abrangidos pela medida incluem os dolosos contra a vida, hediondos e de tráfico de drogas. O parlamentar se embasa na legislação americana, conhecida como “three strikes law” (três crimes e fora, em tradução livre).

PL 464/2022

Proposto no Dia Internacional de Luta das Mulheres de 2022 pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), o projeto de lei busca ampliar as circunstâncias agravantes do crime de estelionato, especialmente quando envolve exploração sexual ou tem como vítima uma pessoa refugiada. A proposta pretende fortalecer a proteção às mulheres em situações vulneráveis, garantindo uma abordagem mais abrangente e específica diante dessas formas de violência.

O projeto prevê o dobro de pena, que atualmente é de um a cinco anos e multa, se o estelionato for cometido para fins de exploração sexual, violência contra mulher, criança ou adolescente ou tráfico de pessoas. A pena para o crime aumenta de 1/3 ao dobro se for contra idoso ou vulnerável.O projeto propõe adicionar à lista de grupos vulneráveis os refugiados, asilados políticos e pessoas em áreas afetadas por guerra e calamidades públicas.

PL 2663/2023

Em mais uma matéria para alterar o crime de estelionato no Código Penal, o deputado Pastor Gil (PL-MA) propôs aumentar a pena do crime quando for cometido contra criança, adolescente, idoso, pessoa com deficiência ou com baixo nível de escolaridade.

Segundo a justificativa, a atual legislação deixa margem para o juiz aplicar a pena conforme o resultado do crime, o que, para o autor da proposta, pode fazer com que o criminoso “não receba uma punição proporcional à repugnância da conduta”.

“Nosso propósito é a aplicação de uma punição mais severa e sem qualquer caráter de subjetividade ao agente que se aproveita da vulnerabilidade dessas vítimas para causar-lhes prejuízo financeiro, moral e emocional, desestimulando, assim, a prática de tal conduta.”

Outras pautas

Outro projeto em destaque visa transformar o perímetro de complexos prisionais em áreas de segurança. A proposta, de autoria dos deputados Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e Gurgel (PSL-RJ), já foi aprovada em outras duas comissões. Se implementada, a iniciativa estabelecerá uma faixa de 250 metros a partir do limite dos complexos penitenciários e unidades prisionais, sujeita a um maior controle estatal. Isso inclui restrições como sobrevoo de aeronaves, controle de residentes, ocupação do solo e uso de telefones celulares, entre outras medidas.

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